| Ementa: |
A gestão do território pode ser caracterizada como uma prática de poder no espaço. Na sociedade, o Estado é o representante por excelência das relações de poder. A organização e os papéis do Estado variam no tempo e no espaço. Entre os condicionantes dessa dinâmica, estão as relações políticas e econômicas predominantes e os requisitos para a criação de riquezas por meio da transformação da natureza. O Estado e os diferentes agentes sociais encarregam-se de ordenar o território para fazer frente a essas necessidades. Os resultados desse processo envolvem conflitos, uma vez que cada grupo de agentes busca maximizar seu potencial para a acumulação de capital e o domínio de recursos. Outro tipo de conflito é o que ocorre entre objetivos econômicos e objetivos sociais. Além disso, o modelo predominante, que prioriza a acumulação e o lucro, ao degradar o ambiente, também gera conflitos de diversas ordens.O período contemporâneo, em que o modelo fordista entrou em crise e vem sendo substituído pelo sistema de acumulação flexível, revela crescentes requisitos para os países que pretendem integrar-se ao mundo globalizado. As vantagens comparativas, que foram as grandes responsáveis pela atratividade de alguns países e regiões, passam a ser substituídas por vantagens construídas, exacerbando a competição entre regiões e cidades. Com a emergência do paradigma ambiental, surge um novo condicionante na regulação das relações sócio-espaciais. A organização do território busca corresponder às novas necessidades do sistema, refletindo os diferentes conflitos que mobilizam a sociedade.Os instrumentos de regulação da dinâmica sócio-espacial, como o planejamento, mostraram-se ineficazes diante da complexidade de fenômenos em ação. O racionalismo, uma das principais virtudes do planejamento, tornou-se também um de seus maiores entraves. Após crises sucessivas, o planejamento tenta superar a rigidez do racionalismo, adotando metodologias flexíveis. Novos modelos têm buscado adaptar-se, |
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