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O design como propositor de signos na cultura, instituindo hábitos e símbolos, necessita para a produção de crítica e análise estudar teorias que permitam fundamentar tais processos. Neste sentido, as diversas linhas de pesquisa em semiótica ( principalmente a pragmática, cognitiva, discursiva e da cultura) têm estudado e produzido investigações que permitem pensar de forma crítica o fazer design. Recentemente, o trabalho do semioticista francês Jacques Fontanille, intitulado "Formas de Vida" constrói importante relação entre a semiótica da cultura, a semiótica do discurso e a biopolítica, em tal estudo é possível compreende como a cultura, a história, a percepção e toda práxis humana podem ser entendidas a luz de processos semióticos. Para compreender tais processos é importante estudar também como acontecem as mediações de cultura para cultura, de humano para humano e de humano para sistemas maquínicos e computacionais. Assim, as interfaces produzidas por designers em todas as suas possibilidades são também mediações construídas como discurso, como aspectos temporais e espaciais e operam como formulação estética e criadora de hábitos. Logo, o papel dos estudos semióticos aplicados ao pensar e fazer design é fundamental para o pensamento crítico desta área. O caminho para alcançar a alfabetização semiótica que permita a leitura de processos a luz de seus mecanismos de produção de semiose seria: introdução ao pensamento semiótico de Peirce à Fountanille; pensamento semiótico contemporâneo; pensamento semiótico latino americano; Aesthésis, cognição e mediação em design; modelos e modelizações de linguagens e design; métodos e análises semióticas aplicados ao design. |
Referências: |
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