Universidade de Brasília Brasília, 21 de Dezembro de 2024

Visualização da Ação de Extensão


Ação de Extensão
Título: Curso de Extensão - Fundamentos em Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS – Habitat, Agroecologia, Economia Solidária e Saúde Ecossistêmica.
Ano: 2021 Nº Bolsas Concedidas: 0 Nº Discentes Envolvidos: 2 Público Estimado: 55
Período do Curso: 03/02/2021 a 26/05/2021
Área Principal: TECNOLOGIA E PRODUÇÃO Área do CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
Unidade Proponente: FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Unidades Envolvidas:
Tipo: CURSO
Municípios de Realização: BRASÍLIA - DF
Espaços de Realização: Universidade de Brasília - Campus Darcy Ribeiro
Fonte de Financiamento: AÇÃO AUTO-FINANCIADA
Modalidade do Curso: A Distância Tipo do Curso: MINI CURSO
Tipo do Evento: Carga Horária: 34 Quantidade de Vagas: 40
Responsável pela Ação: LIZA MARIA SOUZA DE ANDRADE
E-mail do Responsável: lizamsa@gmail.com
Contato do Responsável: (61) 98131-6034
Url da Acão: https://sigaa.unb.br/sigaa/link/public/extensao/visualizacaoAcaoExtensao/1128

Resumo

A política cognitiva, de um modo geral, tem sido controlada de forma hegemônica pela elite científica, sem atentar para o seu caráter público. Ao observar o declínio da eficácia das soluções sociais e políticas estabelecidas para combater a desigualdade e discriminação, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos sustenta que a justiça global só poderá existir por meio de uma mudança epistemológica que garanta a justiça cognitiva global.

 O Pensamento Latino-americano em Ciência Tecnologia e Sociedade ou PLACTS faz a crítica à concepção da tecnologia como ciência aplicada e neutra e promove a participação popular com outros saberes.  Fundamenta-se em certa conceituação transdisciplinar que permitiu convergências epistemológicas e extracientíficas internas e externas às grandes áreas da ciência como a tecnociência a ciências humanas (Neder e Moraes, 2017, p.71). Nos países ibero-americanos essa tendência contemporânea mais ampla de revisão das Ciências Sociais e Humanas sobre o construtivismo social da tecnologia é conhecida como o movimento Ciência Tecnologia e Sociedade – CTS. Na visão de autores que trabalham com o conceito CTS, a tecnologia social surgiu como peça importante para ampliar a mobilização de movimentos sociais, sindicatos, empresas públicas e a mídia em geral.  Assim, a Universidade tem sido convocada a associar ciência & tecnologia com saber popular. Considera-se a alta interdependência entre tecnologia e definição das condições da vida socioeconômica e da organização política da atualidade e, caso as definições prévias no projeto tecnológico não prevejam as formas de inclusão social das pessoas, grupos e classes sociais a tecnologia gera condições de exclusão (NEDER e MORAES, 2017 p.99).

Diferente da tecnologia convencional, que é desenvolvida para ou por empresas e segue uma lógica capitalista de se satisfazer uma demanda previamente identificada para se alcançar o lucro, a tecnologia social tem sido realizada por pessoas que sentem algum tipo de desconforto em relação à tecnologia convencional ou a situações que envolvem ou propiciam a sua concepção (DAGNINO, 2014).

Contudo, a partir da necessidade de questionar os mitos da neutralidade da ciência e do determinismo tecnológico Renato Dagnino avançou sobre os conceitos de Tecnologia Social e Economia Solidária e elaborou o conceito de Tecnociência Solidária. Ele define o conceito de tecnociência solidária enquanto decorrência cognitiva da ação de um coletivo de produtores que se organiza de forma a criar resistência para realizar um processo de trabalho cujo contexto socioeconômico engendra soluções direcionadas para a propriedade coletiva dos meios de produção. Estas formas de resistência advêm de um acordo social (que legitima o associativismo), as quais influem no ambiente produtivo seja visando a um controle (autogestionário) seja sob uma cooperação (de tipo voluntário participativo). Este processo provoca uma modificação no produto gerado, cujo ganho material pode ser apropriado segundo a decisão do coletivo de um empreendimento solidário (DAGNINO, 2019, p. 63).

No território informal ou nos ambientes dos circuitos da economia popular não existe a tradicional segurança jurídica, fiscal, financeira e bancária, mas o trabalho e a prestação de serviços e trocas se dão francamente, e até o crédito é compartilhado por laços de vizinhança, costume e hábito do compadrio e amizade. Tal orientação é compartilhada pelas experiências brasileiras de criar microprojetos demandados pelos grupos e pessoas em vizinhança nos bairros populares para acessar recursos de moeda corrente e social pelos bancos comunitários de desenvolvimento. 

Nos territórios populares o direito à cidade e o direito à moradia são equivalentes a criação de direito à tecnologia social entendida como domínio das formas de produção autogeridas mediante o trabalho associado das comunidades. Na cidade, sob as características históricas da chamada autoconstrução e suas formas organizativas, este domínio do ciclo produtivo sobre as condições sociotécnicas de organização de lideranças, movimentos sociais e populares, pode ser fomentado por projetos semi-estruturados de ensino-pesquisa-extensão no formato de Residência Multiprofissional.

Reconhecendo a especificidade do Distrito Federal e entorno, com uma relação cidade/campo muito próxima e intricada, fazem-se presentes nos contextos de trabalho de pesquisa e extensão tanto espaços urbanos quanto rurais, em suas facetas mais ou menos mescladas em si. Os territórios populares do DF para convergência de ações de extensão podem ser divididos em áreas regulares – projetos e ações decorridas em áreas urbanas consolidadas e formalmente instituídas, áreas regularizadas ou reurbanizadas – projetos em áreas que passaram ou passam por processos de reurbanização e regularização e, por fim, áreas informais – aquelas que se mantém categorizadas enquanto informais ou irregulares, espaços frequentemente ausentes de qualquer intervenção formal do Estado (sistematizados nos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa e Extensão Periférico, trabalhos emergentes https://www.perifericounb.com/).

No contexto do enfrentamento da Covid-19, os mais vulneráveis como sempre são aqueles que já estão em risco, aqueles que moram em assentamentos informais, favelas densamente povoadas, ou até mesmo em Áreas de Relevante Interesse Social – ARIS, incapazes de se isolar, sem acesso à moradia adequada e serviços básico de saneamento, aumentam a chance de disseminação do vírus e sobrecarrega ainda mais o sistema de saúde. Geralmente apresentam congestionamento habitacional e problemas de saneamento, portanto, sem acesso à água e às condições de vida. A demanda por auxilio-emergência no contexto da pandemia atingiu cerca de 81 milhões de pessoas. As atividades levadas a cabo por essa população da economia popular demandam informações, trocas de experiências e novas formas de conexão entre si para completar e adensar cadeias produtivas e de serviços. 

 O curso “Fundamentos em Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS – Habitat, Agroecologia, Economia Solidária e Saúde Ecossistêmica” está sendo criada para formar uma base epistemológica transdisciplinar em Tecnociência Solidária para incluir a Extensão Universitária na Pós-graduação por meio de um projeto de Residência Multiprofissional CTS - UnB, uma parceria do Núcleo de Política de Ciência, Tecnologia e Sociedade – NPCTS/CEAM/UnB e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/PPG-FAU, da Faculdade de Planaltina/FUP,  da Faculdade de Agricultura e Medicina Veterinária/FAV e CDS/UnB, da Faculdade de Saúde/FS,  da Faculdade de Educação/FE e do Instituto de Humanas/IH. Envolverá formação e educação visando produção cognitiva que vai além da tecnologia social para promover assessoria sociotécnica em planos de gestão social para a produção do habitat, agroecologia, geração de trabalho e economia solidária, saúde ecossistêmica e saneamento.  A inclusão de outros saberes e táticas para contribuir na construção de uma nova plataforma cognitiva e inovação tecnológica com um conhecimento coletivo e solidário possibilita criar métodos, processos ou técnicas (códigos técnicos e novas linguagens) constituindo a noção de Adequação Sociotécnica – AST. Essa nova base cognitiva contribui para equacionar problemas sociais e mediar conflitos socioambientais na luta pelos direitos essenciais das populações excluídas do processo de planejamento do território, que pelas práticas de resistência configuram novas tipologias de ocupações urbanas e rurais e redes de solidariedade. O projeto de Residência Multiprofissional CTS - UnB conta com a parceria da Nucleação da Residencia AU+E UFBA/UnB. 

 


Programação

Período 03/02/2021 a 26/05/20201

Quartas-feiras de 18h às 20h

 

SEMANA 01 -03/02/21 - Apresentação da disciplina e dos professores

Fundamentos em CTS e o Projeto da Residência Multiprofissional CTS - Habitat, Agroecologia, Economia Solidária e Saúde Ecossistêmica. Professores da disciplina: Liza Andrade, Ricardo Neder, Raquel Moraes, Aldira Dominguez, Flaviane Canavesi e Perci Coelho

Extensão na Pós-graduação: o pioneirismo da Residência AU+E da FAU/UFBA - Professora convidada: Heliana Faria Mettig Rocha – UFBA.

SEMANA 02 -10/02/21 - Aula Magna: Tecnociência Solidária – Professor convidado: Renato Dagnino - UNICAMP

SEMANA 03 -17/02/21 - Leitura Programada - Tecnociência Solidária

SEMANA 04 -24/02/21 - Aula 1 - Adequação Sociotécnica e Economia Solidária – Professor Ricardo Neder

SEMANA 05 -03/03/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 06 -10/03/21 - Aula 2 -  Educação Freiriana e Cultura do Trabalho - Professora Raquel de Almeida Moraes

SEMANA 07 -17/03/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 08 -24/03/21 - Aula 3 -  Conexões Territoriais, Lutas sociais e Redes de Solidariedade Professor Perci Coelho

SEMANA 09 -01/03/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 10 -08/04/21 - Aula 4 -  Adequação Sociotécnica para a Produção do Habitat no Campo e na Cidade – Professora Liza Andrade

SEMANA 11 -15/04/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 12 - 22/04/21 - Aula 5 -  Adequação Sociotécnica para a Agroecologia e Agroubania – Professora Flaviane Canavesi

SEMANA 13 -29/04/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 14 - 05/05/21 - Aula 6 -  Saúde Ecossistêmica, Saneamento e Governança – Professora Aldira Guimaraes Duarte Dominguez

SEMANA 15 -12/05/21 - Trabalho em Grupo: construção de Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”

SEMANA 16 - 19/05/21 - Apresentação de algumas comunidades sobre Fundos Rotativos Solidários e Cooperativas Populares

SEMANA 17 - 26/05/21 - Apresentação Final do Caderno Técnico ilustrado “Adequacão Sociotécnica para a produção do Habitat, Agroecologia, Saúde Ecossistêmica e Economia Solidária.”


Públicos Alvo

Interno:

Professores, estudantes da graduação e da pós-graduação


Externo:

Movimentos sociais, técnicos de governo, pesquisadores, entidades profissionais, associações, coletivos, comunidades



Membros(as) da Equipe

  RENATO PEIXOTO DAGNINO
Categoria: EXTERNO
Função : PALESTRANTE
  FLAVIANE DE CARVALHO CANAVESI
Categoria: DOCENTE
Função : VICE-COORDENADOR(A)
  RAQUEL DE ALMEIDA MORAES
Categoria: DOCENTE
Função : VICE-COORDENADOR(A)

  LIVIA CRISTINA BARROS DA SILVA WIESINIESKI
Categoria: DOCENTE
Função : TUTOR
  Juliette Anna Fanny Lenoir
Categoria: EXTERNO
Função : TUTOR
  HELIANA FARIA METTIG ROCHA
Categoria: EXTERNO
Função : PALESTRANTE

  NATALIA DA SILVA LEMOS
Categoria: EXTERNO
Função : TUTOR
  JOÃO VITOR LOPES LIMA FARIAS
Categoria: DISCENTE
Função : ALUNO(A) VOLUNTARIO(A)
  FABIANA SHERINE GANEM DOS SANTOS
Categoria: EXTERNO
Função : TUTOR

  LIZA MARIA SOUZA DE ANDRADE
Categoria: DOCENTE
Função : COORDENADOR(A)
  RICARDO TOLEDO NEDER
Categoria: DOCENTE
Função : VICE-COORDENADOR(A)
  VALMOR CERQUEIRA PAZOS
Categoria: SERVIDOR
Função : COORDENADOR(A) EXECUTIVO

  PERCI COELHO DE SOUZA
Categoria: DOCENTE
Função : VICE-COORDENADOR(A)
  Ana Luiza Aureliano Silva
Categoria: EXTERNO
Função : TUTOR
  Luana Oliveira Carrazza
Categoria: DISCENTE
Função : ALUNO(A) VOLUNTARIO(A)

  Diogo Isao Santos Sakai
Categoria: EXTERNO
Função : TUTOR
  ALDIRA GUIMARAES DUARTE DOMINGUEZ
Categoria: DOCENTE
Função : VICE-COORDENADOR(A)


Lista de Fotos

Não há fotos cadastradas para esta ação



Clique aqui para fazer a sua Inscrição

<< voltar

SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - app05.sigaa05 v4.9.10.129