Cidades africanas: relatos de quem nunca lá esteve.
Palestrante: Marcelo Teixeira, arquiteto, mestre em arquitetura e urbanismo pela FAU-UnB, Doutor em Sociologia também pela UnB
As cidades são sempre incompletas e estão sempre em transição. Poderia um mesmo conjunto de ideias e conceitos ajudar a compreender o que está acontecendo em todas as cidades? São as cidades completamente singulares, ou há distintos grupos de cidades, para os quais modos específicos de pensar se aplicam?
Ao conduzir um trabalho detalhado sobre alguns eixos comparativos selecionados em São Paulo, Paris e Johanesburgo, defronta-se com a impossibilidade da comparação entre cidades localizadas em cenários muito distintos. Devemos ter cautela com o problema do uso de modelos - de Chicago a Los Angeles, passando por Miami, Atlanta e outros exemplos. Ao pesquisar e escrever sobre a mudança em três continentes, uma única teoria de cidades, uma estrutura universal fracassa em explicar esses lugares de pesquisa.
Nessa situação, a "teoria do Sul”, de Raewyn Connell (2007) serve para pensar as cidades do Sul, como as do Norte. O que é a "teoria do Sul", ou ainda, o que é a "teoria urbana para além do Ocidente"? As "teorias do Sul" emanam da ideia geral de que "o Sul" pode produzir diferentes perspectivas, conceitos, argumentos em relação aos tradicionais entendimentos imersos na experiência do Norte ou do Ocidente. Em outras palavras, o que exatamente a teoria "do Norte ou do Ocidente" não consegue incluir?
A noção de "Sul" ou de "cidades do Sul" evoca uma mudança pós-colonial em muitas disciplinas, e sua possível intersecção com críticas da “teoria de dependência" ao "antineoliberalismo". Uma proposta crucial na atual discussão é que as "cidades do Sul" apresentam um espaço de experimentação que prefiguram o futuro próximo do Ocidente (ou do Norte).
A partir de “Sedimentando a teoria da cidade do Sul no tempo e no lugar”, de Alan Mabin, professor de estudos urbanos da Universidade de Pretória, na África do Sul, a palestra propõe desconstruir os estereótipos das imagens de precariedade que nos chegam das cidades africanas. Essa desconstrução parte da capital de Angola, Luanda, para falar do todo, utilizando argumentos que atravessam a Sociologia urbana, a Antropologia urbana e a cultura pop das cidades globais africanas.
A singularidade da morfologia e do crescimento das cidades africanas se dá nos núcleos espontâneos para fora dos núcleos ocidentalizados herdados de tempos colonialistas. É nessas “periferias”, aparentemente caóticas e pobres, onde os encontros se dão, onde a cultura é ativa, onde a rua é viva e a cidade africana alcança sua potência.
Esta palestra integra as ações de inclusão curricular da extensão na disciplina de Arquitetura e Urbanismo da Atualidade, ministrada pelo docente proponente, professor André Gonçalves da Costa (PRO-FAU-UnB). O tema da palestra integra os conteúdos ministrados na disciplina sobre cidades, dinâmicas e crescimentos urbanos contemporâneos.
A palestra terá uma hora de apresentação e uma hora extra reservada para o debate em torno de temas suscitados pela fala do palestrante.
Realizar-se-á no auditório da FAU-UnB às 18h do dia 23/01/2023 como parte da prpogramação de atividades da disciplina Arquitetira e Urbanismo da Atualidade. O horário entre aulas visa a atender os estudantes dos cursos diurno e noturno, evitando choque de horário com as disciplnas.
discentes do curso de Arquitetura e Urbanismo da UnB
egressos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UnB e comunidade de arquitetos em geral
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