No Brasil existem 305 povos indígenas, cada povo tem seu modo de viver e há aproximadamente 200 línguas faladas. Esta população representa no Brasil pouco menos de um por cento da população brasileira (IBGE 2010). Há um dia no ano em que a sociedade comemora o dia dos povos indígenas, em 19 de abril, contudo, esta data não deve ser vista apenas pela ótica da festividade, mas como símbolo de luta e resistência dos povos indígenas. É nesse contexto que se insere a semana indígena da Universidade de Brasília (UnB), no exercício de levar o debate sobre a presença indígena nesse espaço, a cultura e as lutas dos 51 povos presentes atualmente na UnB (COQUEI, 2023), contudo, sem deixar de fazer a articulação com o cenário político atual, que tem sido um marco no reconhecimento da luta histórica dos povos indígenas e principalmente das indígenas mulheres, que estão ocupando todos os espaços que historicamente lhes foram negados, seja na universidade, nas organizações internacionais, no poder executivo, judiciário e legislativo.
Além disso, ao longo da semana indpigena, em parceria com a DASU/CoRedes, representada pelo Núcleo de Prevenção de IST's/HIV, realizará nos 3 dias de evento campanha educativa sobre sexualidade, prevenção de IST's/HIV, aconselhamento e distribuição de preservativos.
Primeiro dia - 10 de Abril de 2023 - Segunda - 9h- 11h30
Abertura do Evento 9h
Apresentação cultural do povo Tikuna
9:30h Mesa - Mulheres Indígenas na política, conquistas e desafios no cenário nacional
Descrição:
A Semana Indígena será aberta com uma apresentação cultural do povo Tikuna, atualmente esta é a maior população indígena da UnB, com 61 estudantes ativos na graduação (COQUEI, 2023). A mesa de abertura será composta integralmente por mulheres, e contará com a presença de representantes da Universidade de Brasília, Legislativo e Executivo, para trazer a visão da atuação dos/com os povos indígenas nesses espaços e contextualizando as conquistas e desafios dos povos indígenas no cenário nacional.
Convidadas:
- Cerimonialista: Jheniffer Tupinikim
- Autoridades convidados: UnB, AAIUnB, COQUEI, representante da FUNAI, MPI e Congresso.
- Moderador: Thoyane Fulni-ô
Tarde 14h-16h
Mesa - Mulheres Indígenas Pesquisadoras
A presença indígena na UnB tem como marco a celebração do Convênio nº 001/2004 entre FUB/FUNAI para o ingresso dos povos indígenas na graduação. Atualmente, temos a presença indígena no ensino, extensão e pesquisa. Só na pós-graduação são 42 estudantes ativos, entre este quantitativo, 20 são mulheres (COQUEI, 2023). Em face disso, a mesa “Mulheres Indígenas Pesquisadoras” tem como objetivo trazer a experiência acadêmica de três indígenas pesquisadoras, nos apresentando suas vivências de pesquisa, a importância de dar visibilidade para elas e os seus impactos nos seus territórios e espaços de representatividade, além da atuação profissional das indígenas pesquisadoras nas mais diversas instituições, governamentais e não governamentais, além de proporcionar a troca de saberes entre os conhecimentos dos seus povos e a universidade, considerando a riqueza do corpo-território dessas mulheres, que carregam heranças ancestrais, espirituais, dos seus territórios, biomas e a sabedoria coletiva do seu povo. (Baniwa; Kaingang; Mandulão, 2023).
- Moderador: Saory Txheska Araujo Ferraz - do povo Fulni-ô, graduanda em Ciências Sociais.
- Braulina Aurora - do povo Baniwa, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Estudos Comparados sobre as Américas da UnB (PPGECsA);
- Altaci Corrêa Rubim - do povo Kokama, Professora Dra. do Departamento de linguística, português e línguas clássicas da UnB (LIP/UnB);
- Ayla Samila Ferreira Tapajós - Mestranda do Programa de Direitos Humanos e Cidadania da UnB (PPGDH).
Segundo dia - 11 de abril de 2023 - Terça Feira - Manhã 9h - 12h
Abertura- 9h
Dança índio guerreiro e cunha poranga
10h - 12h Mesa - Futuro e representatividade: indígenas no judiciário
Descrição:O segundo dia de atividades da semana indígena terá a mesa “Futuro e representatividade: indígenas no judiciário”. No que se refere ao coletivo indígena da UnB, a presença indígena também está no judiciário, atualmente temos 9 estudantes indígenas da graduação estagiando no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No cenário nacional, a presença indígena tem sido marcante na defesa dos seus direitos no Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo. Desse modo, essa mesa irá proporcionar um entendimento sobre a atuação dos povos indígenas nessa área e sobre as causas que tramitam no judiciário de extrema relevância para esses povos.
Convidados:
Eloy Terena - Secretário Executivo do Ministério dos Povos Indígenas.
Moderador: Alcineide Moreira
Apresentação musical - Laila Manxinery
14h:30 Mesa: Futuro da Educação para o estudante indígena
Descrição: A presença indígena no ensino superior é resultado da intensa mobilização do movimento indígena, e “As primeiras experiências de ações afirmativas propriamente ditas envolvendo estudantes indígenas remontam ainda ao início da década de 1990, feitas por meio de convênios entre a FUNAI e algumas universidades públicas e privadas” (LUCIANO, 2006, p. 163). A Universidade de Brasília foi uma das primeiras universidades públicas a estabelecer ações para o ingresso dos povos indígenas com o Convênio 001/2004 FUB/FUNAI, contudo, ainda há diversos desafios postos para a questão educacional indígena, para além do ingresso no ensino superior. A mesa “Futuro da Educação para o estudante indígena” propõe lançar uma reflexão sobre a temática educacional para os povos indígenas.
- Gersen Baniwa - Indígena do povo Baniwa, doutor em Antropologia Social, professor do Departamento de Antropologia da UnB
- Rosilene Tuxá - Indígena do povo Tuxá, doutoranda em Antropologia Social pela UnB
- Ademar - Indígena do povo Umutina, graduando em ciências políticas pela UnB
Moderador: Manuele - Indígena do Povo Tuyuka, graduanda em direito pela UnB
Terceiro dia - 12 de abril de 2023 - Quarta Feira
9h Apresentação dos povos do Nordeste
Mesa: Caminhos da Saúde Indígena - Manhã (10h - 12h)
Descrição: No atual contexto político brasileiro observamos um cenário de promoção da importância das políticas sociais no qual também testemunhamos o reconhecimento do direito dos povos indígenas de ocupar os espaços de poder. E esse reconhecimento do direito indígena de ocupar o espaço de gestão da saúde indígena representa a esperança de executar a política de saúde indígena sob uma perspectiva intercultural e proporcionando uma atenção diferenciada, reconhecendo e respeitando as especificidades da diversidade dos povos indígenas do Brasil.
- Giovana Mandulão - Indígena do povo Macuxi, nutricionista formada pela UnB, Coordenadora Geral de Gestão do Conhecimento, da Informação, da Avaliação e do Monitoramento da Saúde Indígena (CGCOIM)
- Denise Osorio - Professora do departamento de Saúde Coletiva da UnB
- Raylene Baré - Indígena do povo Baré, mestranda em Ciências Médicas
Moderador: Alisson Pankararu - Indígena do povo pankararu, graduando em medicina
Tarde 14h - 16h
Oficina Armazém Memória
A oficina é oferecida pelo grupo de pesquisadores indígenas do CRVI para ensinar as pessoas a usar o acervo e apresentar nossa metodologia de trabalho. Com o objetivo de difundir o acervo do CRVI do Armazém Memória e incentivar as pessoas a conhecerem melhor e pesquisarem a história dos povos indígenas do Brasil, estamos fazendo contato com várias universidades para oferecer essa atividade de Oficina de uso do acervo.
A oficina é proposta para estudantes universitários da graduação e pós-graduação, mas também para pesquisadores e pessoas interessadas na história dos povos indígenas de modo geral. Ela é realizada em duas etapas, mas pode ser realizada em uma só etapa também, dependendo da demanda e do interesse dos participantes. Normalmente, propomos uma tarde para cada etapa. Na primeira, temos uma breve apresentação das pessoas e do trabalho do Armazém Memória para o avanço da justiça de transição. Em seguida, os pesquisadores indígenas apresentaram as estratégias e a metodologia de uso do acervo. No final do primeiro encontro, propomos uma atividade de pesquisa no site para os estudantes/participantes, que deverá ser feita num prazo combinado até o próximo encontro. No segundo encontro, temos uma devolutiva dos participantes, tiramos as dúvidas e conversamos sobre os trabalhos realizados.
Oficineiros:
- Iury Tikuna - Doutorando em antropologia social
- Mairú Karajá - Doutorando em Direito
16h - Encerramento
Apresentação Cultural
Coffe Break (Coletivo)
Quarto dia - 13 de abril de 2023 - 10h Atividade extra e específica para o público infantil
Oficina: Pintura Corporal Indígena Ticuna Magüta: Clãs e auto-identidade
Amostrar a importância das divisões de clãs: Auto identidade e grafismos nos povos indígenas Ticuna. Exemplificar para as crianças as diferenças. A razão da existência de clãs na vida dos povos indígenas Ticuna. Será utilizado metódos lúdicos com desenhos, lapis de cor e tintas lavaveis a base d'água.
Oficineiro: Oziel Tikuna
Estudantes, servidores técnicos, professores, terceirizados.
Comunidade externa, lideranças indígenas.
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