O termo beat é um termo guarda-chuva dentro da terminologia musical, podendo significar dentro do jazz, por exemplo, como o andamento ou tempo forte da música. Dentro das expressões musicais periféricas como o rap, funk, trap e hip-hop, o beat significa a batida, a base sob a qual será desenvolvida a letra ou uma ideia musical. Nesse sentido, trabalha-se em cima de uma base musical rítmica e harmônica pré-existente para criar, rimar e cantar, criando melodias e wordplay a partir dessa base. Logo, a oficina irá se concentrar na definição de beat usada nesse contexto socio-musical, definição essa que também pode ser melhor entendida por outros dois termos: backing track e loop. Esses dois termos se referem a uma forma musical ainda não desenvolvida, que pode servir tanto para improvisação vocal ou instrumental, quanto para expandir ideias musicalmente embrionárias.
A Oficina de Beats se propõe então a ser uma oficina de composição e gravação de elementos eletrônicos e acústicos, voltada para as expressões musicais do trap, rap, hip-hop e funk. A oficina consistirá de quatro encontros semanais, nos quais serão construídas backing tracks e loops dentro do Estúdio de Gravação do Departamento de Música da UnB. Nesses encontros utilizaremos sintetizadores, baterias eletrônicas, samples e gravações acústicas feitas dentro do estúdio para a construção de um pequeno repertório de fragmentos musicais do zero. Cada encontro pode contar com uma configuração diferente de pessoas e instrumentos, resultando em produções distintas umas das outras. Não serão trazidas ideias musicais prontas, tudo será produzido do zero na oficina e essas ideias serão discutidas e decididas entre os participantes.
O público-alvo será pessoas internas e externas ao Departamento de Música que se interessem pelos gêneros musicais que iremos abordar, seja esse público músico ou não. Instrumentistas, percussionistas, cantores de tradição musical europeia ou popular, rappers, trappers, e pessoas interessadas em aprender na prática como funcionam instrumentos virtuais, captação e microfonação de instrumentos acústicos, programação MIDI, sintetizadores e como funcionam as ferramentas da DAW Ableton Live. A estimativa é de 5 a 10 pessoas, que oscilará na margem de erro para mais ou para menos entre cada dia da oficina.
Cronograma:
1) Primeiro Encontro – 10/0517h: iniciamos com uma conversa sobre a abordagem da oficina e sobre o que nós vamos nos debruçar, deixando claro a ideia de conduzir e fazer com que a oficina seja voltada para criação, composição e gravação. Deixaremos claro que serão compartilhadas noções de mixagem, construção de beats, MIDI, instrumentos virtuais, e afins, mas não será o foco dessa oficina aprofundar demais essas noções; 17:20h: inicia-se a discussão sobre quais serão os rumos do primeiro beat que iremos produzir. Algumas perguntas serão feitas para nortear essa discussão, como “quais são os instrumentos virtuais e acústicos disponíveis”, “quais deles nós vamos inserir nesse beat”, “queremos um beat mais agressivo ou mais soft”, “em qual estilo musical nós queremos que esse beat se encaixe”, “o quanto de harmonia poderemos encaixar”, “quais serão os elementos mais presentes”, “queremos um baixo 808 sintetizado ou vamos gravar um baixo elétrico/acústico”, entre outras perguntas que podem surgir no momento que vão nortear as decisões em conjunto;17:30h: iniciamos o processo de composição e gravação dos elementos principais que são as baterias eletrônicas e outra elementos percussivos eletrônicos ou acústicos;17:50h: passamos então para a composição e gravação dos elementos harmônicos e melódicos eletrônicos ou acústicos;18:20h: com todos os elementos principais gravados, passamos então para as decisões de arranjo. Nesse estágio vamos decidir quando cada instrumento entra e quantas vezes cada um deles vai se repetir. 18:40h: nesse momento vamos tomar algumas decisões timbrísticas relacionadas a mixagem, como o volume, distorção, equalização e efeitos em geral. Nesse processo, iremos entender o funcionamento e os parâmetros de efeitos como saturação, reverb, delay, etc.;19h: encerramento do primeiro encontro com um produto musical quase pronto. Todos os produtos musicais feitos na oficina serão então mixados e masterizados pelo titular da ação.
2) Segundo Encontro – 17/05 17h: iniciamos esse encontro mais familiarizados com o funcionamento da oficina, logo dispensamos a explicação do conceito e do propósito da mesma. Entramos de uma vez nas perguntas que irão nos direcionar nas composições e gravações. Digo no plural porque como os participantes já estarão mais habituados no processo de como funciona a oficina, a ideia é que nesse encontro consigamos produzir pelo menos dois beats diferentes. Nesse sentido, esta oficina se encaminhará nos mesmos moldes da outra, porém com mais rapidez e agilidade para que se possa compor e gravar mais;18:30h: nesse momento da oficina daremos uma pausa de 15 minutos para que posamos sair um pouco do estúdio, descansar os ouvidos e as mentes;18:45h: voltamos para o estúdio para os últimos retoques timbrísticos e de arranjo; 19h: encerramento do segundo encontro. Aproveito esse momento pra explicar que na oficina da semana que vem trabalharemos com samples e também peço que cada um possa trazer um trecho de uma música, um groove de bateria, algumas ideias de músicas e fragmentos que poderemos samplear.
3) Terceiro Encontro – 24/0517h: iniciamos a oficina com a escuta ativa das músicas e fragmentos musicais que os participantes trouxeram. Esse momento pode demorar bastante, visto que a escolha de samples sempre pode trazer discussões sobre qual fragmento pode soar melhor quando tirarmos do contexto original da música. Será um momento de intensa discussão, onde analisaremos cada caso para decidir quais serão as melhores samples para se usar;17:30h: vamos analisar como podemos trabalhar em volta dessas sample e o que podemos adicionar para que criemos um produto final coeso que se integre a sample que nós escolhemos. Quais escolhas vamos tomar para que a sample não fique destoante dos instrumentos e dos elementos que vamos adicionar por cima dela? Que instrumentos vão casar com o estilo da sample? Esse é o momento de responder essas perguntas;17:50: começamos o processo de criar e gravar por cima da sample; 19h: encerramento do terceiro encontro e o anúncio de que na próxima oficina iremos trabalhar com bateria acústicas, então vamos trabalhar com composição e gravação de baterias não eletrônicas como tem sido até o momento.
4) Quarto Encontro – 31/0517h: iniciamos o encontro com a montagem da bateria e o posicionamento dos microfones. Não iremos nos propor a gravar linhas muito complexas de baterias, apenas alguns grooves mais simples, porém bem tocados. Para isso, precisaremos de um ou dois bateristas presentes, que o titular da ação será encarregado de trazer; 17:40: ao término da montagem e posicionamento de microfones, iniciamos o processo de gravação de bateria em experimentação livre. Dessa forma, vamos escolher em conjunto as linhas de bateria que soar melhor para nós;18h: iniciaremos o processo de composição e gravação dos outros instrumento e elementos que complementarão a linha de bateria gravada. Como explicado na seção “demandas”, neste encontro vamos gravar utilizando o PC do estúdio e a sua DAW própria, para captação, armazenagem e manipulação sonoras. As guitarras, baixos e teclados serão gravados através de microfones e poucos elementos eletrônicos serão adicionados. Dessa forma, vamos construir um beat mais humano e menos robótico. 19h: encerramento da oficina e agradecimentos.
pessoas que se interessem pelos gêneros musicais que iremos abordar, seja músico ou não
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