Por uma formação docente antirracista: saberes, formas e conteúdos para o ensino em ciência
ensino em ciências; educação antirracista; formação docente
A presente dissertação busca compreender ‘Em que medida uma formação docente antirracista pode contribuir para as percepções e práticas de docentes sobre o ensino em ciências?’. Para a coleta dos dados, a pesquisa contou com a realização de uma formação, chamada ‘Jipambu - Ciclo de Análise e Ação Educacional Antirracista’, voltada para professores das disciplinas de Ciências Naturais. O ciclo foi dividido em 4 (quatro) movimentos, sendo que em cada um foram debatidos assuntos pertinentes às questões raciais e à educação antirracista. Por meio de uma análise qualitativa dos discursos dos professores durante os movimentos formativos e a análise dos produtos produzidos por eles durante o último movimento, bem como foi possível perceber, ao longo da formação, a mudança de conduta e discurso à medida que íamos discutindo os temas. Como conclusão, entendemos a importância de uma formação antirracista qualificada, tendo em vista que existe ainda uma resistência e um silêncio no tema na área das ciências naturais, ademais salientar como as perspectivas antirracistas ganham em potência quando incorporam elementos de classe, gênero e as profundas problemáticas históricas. A pesquisa, por fim, evidencia as potencialidades do ensino de ciência no combate ao racismo, permite reconhecer os desafios enfrentados por professores em seu cotidiano escolar e, particularmente, quando estão diante de temas raciais ou práticas antirracistas na educação científica. A partir do reconhecimento, é possível traçar processos formativos engajados, críticos e permanentes na história futura da educação do nosso país de modo a superar os determinantes e as consequências do racismo.