Periferia (com) ciência: pensando educação científica às margens
Educação científica das periferias urbanas; periferia; escolas periféricas.
Esta dissertação tem como objetivo conceitualizar, validar e definir bases, orientações e possibilidades práticas para uma educação científica marginal e periférica a partir da participação e da produção conjunta com coletivo dedicado ao tema e escolas públicas do Distrito Federal. Entendendo como periferia um lugar historicamente marcado por desigualdades sociais, estigmas e sufocamento da classe trabalhadora. Por outro lado, também é um lugar de potência no sentido de produção cultural e de práticas de resistência. As escolas periféricas, aquelas que estão na periferia e que recebem alunos dessa comunidade, são influenciadas pelo seu contexto e padecem de problemas materiais e culturais semelhantes. Essa escola é um lugar reprodução e produção da hegemonia da classe dominante e, contraditoriamente, também um lugar de possibilidades contra-hegemônicas. Portanto, um ensino de ciências emancipatório teria como ponto de partida a realidade concreta do aluno, como um ser histórico e cultural, para a apropriação dos conhecimentos hegemônicos e historicamente construído da ciência, para que reconheça, análise e participe do seu contexto de forma qualificada e que possa participar das decisões dos processos científicos e tecnológicos da periferia. A metodologia dessa pesquisa é baseada na perspectiva qualitativa através do método da pesquisa-ação contando com a participação no Núcleo de Estudos, Organização e difusão do conhecimento sobre a Literatura Marginal (NEOLIM), que é um grupo de pesquisadores sobre e da periferia. Prevemos três momentos: validação de categorias teóricas e métodos formativos no contexto do NEOLIM; adequação das categorias e perspectivas da escola sobre educação científica marginal periférica; NEOLIM nas escolas discutindo educação científica marginal periférica. As análises serão desenvolvidas conforme os fundamentos teóricos e a realidade pertinentes tendo como horizonte a produção de conhecimento sobre uma educação científica marginal e periférica.