Banca de DEFESA: Joanna de Paoli Silva

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Joanna de Paoli Silva
DATA : 25/08/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório Prof. Dr. Marçal de Oliveira Neto - Instituto de Química
TÍTULO:

Autismos, conhecimento científico e inclusão: o desenvolvimento humano em uma perspectiva histórico-cultural em aulas de ciências


PALAVRAS-CHAVES:

Autismo; Inclusão Escolar; Ensino de Ciências; Teoria Histórico-Cultural


PÁGINAS: 230
RESUMO:

Com esta tese almejamos compartilhar a nossa filosofia, epistemologia – o nosso projeto de vida. O nascimento deste trabalho esteve encharcado com sonhos e desejos. Originou-se com o fervor por mudanças estruturais, por novas formas de pensar a sociedade, por relações interpessoais mais alvissareiras, pela valorização das singularidades e sutilezas que acompanham a existência – em todos os espaços. Isto inclui, em nosso espaço de trabalho, trilhar novos contornos em direção a uma inclusão em aulas de ciências que contribuam na consolidação da emancipação humana. As nossas vivências em sala de aula com pessoas autistas nos levaram a alguns questionamentos: o que se entende por autismo; onde são os espaços (escolas/aulas regulares e/ou especiais/específicas) que favorecem o desenvolvimento de estudantes autistas; por que eles(as) precisam aprender os conceitos científicos da ciência e como podem ocorrer processos inclusivos de alunos(as) autistas em aulas de ciências com vias a complexificação do desenvolvimento? Em busca de respostas, o fio condutor de nossa reflexões e objetivações alicerçou-se nas premissas do movimento dialético do desenvolvimento humano que explicam não apenas os comportamentos típicos, mas também os desdobramentos de condutas atípicas – as proposições teórico-metodológicas da teoria histórico-cultural e sua base marxista. Destacamos as discussões defectológicas de Lev Semionovitch Vigotski (1896-1934), que no início do século passado já antecipava uma perspectiva social sobre a deficiência e outros modos de desenvolvimento. A partir de nossos referenciais apresentamos alguns elementos gerais que permitem compreender o autismo no contexto de educação inclusiva em aulas de ciências em uma perspectiva histórico-cultural, destacamos: a orientação biológica, o desenvolvimento histórico-cultural; funções psíquicas naturais e culturais, significação, conceitos científicos, mediação com instrumentos materiais e simbólicos, zona de desenvolvimento potencial, caminhos indiretos de aprendizado, compensação, experiências escolares coletivas, personalidade integral, entre outros. Estes conceitos conversam com o nosso objetivo geral de analisar as contribuições do conhecimento científico no desenvolvimento de estudantes autistas em processos inclusivos à luz da perspectiva histórico-cultural. A tese, foi estruturada em quatro capítulos (artigos) no formato multipaper. No primeiro capítulo, apresentamos a constituição histórica e contraditória do autismo. Ainda que Vigotski não estivesse mais vivo à época de seu diagnóstico, apresentamos suas contribuições para superar as concepções biomédicas e limitadoras sobre os seus modos de desenvolvimento. Entender que a aparência e visões estereotipadas sobre os comportamentos atípicos dão indícios, mas não revelam a essência, seja uma pessoa autista ou não autista, os aprendizados passam, obrigatoriamente pelo outro, pelas relações sociais. Ou seja, pessoas autistas não vivem no mundo deles, vivem em nosso mundo e socializam muito antes de desenvolverem o pensamento autístico. Também dialogamos sobre a importância da defesa das singularidades em uma perspectiva coletiva de emancipação humana. No segundo capítulo, apresentamos que a inclusão escolar com os pares é o melhor espaço de socialização e compartilhamento de conhecimentos, em nosso caso, da ciência com estudantes com deficiência, autistas e outras necessidades educacionais especiais. Apresentamos algumas trajetórias de inclusão e exclusão em aulas de ciências, a fim de conhecermos limitações e possibilidades. No terceiro capítulo, explicamos como os conhecimentos científicos e a linguagem das ciências contribuem para a tomada de consciência de si e do mundo para que uma pessoa com desenvolvimento típico ou atípico transforme sua forma de pensar e governar suas ações. Por fim, com as contribuições dos capítulos anteriores, buscamos conhecer quais são os meios para a compensação das dificuldades das pessoas autistas em uma perspectiva histórico-cultural. Afinal, já acompanhamos instrumentos criados para superar impedimentos e remover barreiras de algumas deficiências, por exemplo, ao colocarem rampas de acesso a prédios para cadeirantes, criarem a leitura em Braile para pessoas cegas, sistematizaram a língua de sinais para pessoas surdas. E o que está sendo realizado para que as pessoas autistas superem suas dificuldades? No quarto capítulo, ainda em vias de execução, apresentamos uma análise dos artigos em revistas nacionais e internacionais que incluem estudantes autistas em aulas de ciências desde o seu diagnóstico (1943) até o ano de 2021. Buscaremos as categorias que indicam quais os recursos e estratégias estão sendo utilizados e como contribuem para a compensação de suas interrupções. Por fim, fechamos o texto da tese promovendo um diálogo entre os capítulos e trazemos as considerações finais.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - Débora Dainez - UFSCAR
Externa à Instituição - AGUSTINA ROSA ECHEVERRIA - UFG
Externo ao Programa - 1704471 - EDSON MARCELO HUNGARO - nullExterna à Instituição - MARIA AURISTELA BARBOSA ALVES DE MIRANDA - SEEDF
Presidente - 3192412 - PATRICIA FERNANDES LOOTENS MACHADO
Notícia cadastrada em: 23/08/2023 16:05
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