Três Ensaios sobre a História da Economia Política no Século Vinte.
Nicholas Kaldor, Friedrich A. Hayek, Knut Wicksell, Gunnar Myrdal, expectativas, equilíbrio, teoria do capital.
No começo dos anos 1930, Nicholas Kaldor poderia ser classificado como um economista austríaco. Nas disputas em torno da teoria do capital na época, por exemplo, Kaldor defendeu a teoria austríaca contra a ofensiva de Frank H. Knight. Nós reconstruímos os caminhos entrelaçados de Kaldor e Friedrich A. Hayek para a economia do desequilíbrio a partir das deficiências teóricas expostas pela teoria austríaca do capital e suas consequências para a análise de equilíbrio. Em particular, a integração da teoria do capital em uma teoria dos ciclos econômicos pelos austríacos e suas fragilidades decorrentes - e.g., criticadas por Piero Sraffa e Gunnar Myrdal - chamaram atenção para a limitação do aparato teórico da análise de equilíbrio em contextos dinâmicos. Tal foi um elemento central para a emancipação de Kaldor em 1934 e a sua subsequente conversão a The General Theory (1936) de John Maynard Keynes. Ademais, tal foi primordial para a reformulação de Hayek da análise de equilíbrio como um problema de coordenação social em “Economics and Knowledge” (1937). Isso também teve implicações para os desenvolvimentos maduros de Kaldor, como a construção dos modelos pós-Keynesianos de crescimento e distribuição, a controvérsia do capital de Cambridge e a sua crítica da economia neoclássica do equilíbrio.