Instituições, Crenças e Janelas de Oportunidade no Brasil Pós 2015.
Crenças; Nova Economia Institucional; Janela de Oportunidade; Protestos; Corrupção.
A dissertação investiga as transformações políticas e institucionais no Brasil entre 2013 e 2023, partindo da hipótese de que a eleição de Bolsonaro foi resultado de um descolamento entre as expectativas da população e a condução da política nacional. Com base na Nova Economia Institucional (NEI) e na teoria de Alston et al. (2016), o trabalho explora como as crenças sociais e a estrutura institucional influenciam o comportamento político e econômico do país. No primeiro capítulo, é delineado o cenário de turbulência política vivido pelo Brasil, marcado por protestos, corrupção e crises que culminaram em uma insatisfação generalizada, representada pelo movimento antipolítico e antipetista. Em seguida, o segundo capítulo apresenta a NEI e os fundamentos teóricos de autores como North, enfatizando a importância das instituições – formais e informais – na regulação das interações sociais e econômicas, bem como seus custos e benefícios. O terceiro capítulo é dividido em três partes: inicialmente, propõe-se um ferramental teórico para analisar a mudança de crenças e a emergência de “janelas de oportunidade” para transformações institucionais; depois, são revisados os eventos críticos, como as manifestações de 2013 e 2015, a Operação Lava Jato e outros episódios que abalavam o status quo; e, por fim, são integradas contribuições adicionais de autores que discutem os sentimentos de antipolítica e os desdobramentos do sistema partidário. Por fim, o quarto capítulo aplica essa base teórica aos governos recentes – Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro –, utilizando gráficos e dados para correlacionar as políticas econômicas e as mudanças institucionais com a evolução do cenário político brasileiro. Assim, a dissertação conclui que o distanciamento das crenças populares e as falhas na governança contribuíram para a ascensão de um líder outsider, refletindo um complexo processo de reconfiguração institucional e social.