O comportamento eleitoral em eleições uninominais e plurinominais alternadas: uma análise da disputa ao Senado brasileiro à luz da teoria dos jogos
comportamento eleitoral; escolha pública; Senado brasileiro; sistemas eleitorais; teoria dos jogos
No Senado Federal brasileiro, cada unidade da Federação (UF) elege três senadores para um mandato de oito anos, mas eleições ocorrem a cada quatro anos. A consequência é que as eleições para o Senado alternam entre: um sistema de plurality, em que vence o candidato que recebeu o maior número de votos na UF, e renova-se um terço do Senado; e um sistema multinominal, em que cada eleitor pode votar em dois candidatos, desde que distintos, vencem os dois candidatos que mais receberam votos na UF, e renovamse dois terços do Senado. Neste trabalho, analisamos as consequências da alternância entre esses dois sistemas eleitorais sobre o comportamento eleitoral na disputa para o cargo de senador e as consequências sobre a atuação dos partidos, a partir de marcos teóricos da teoria dos jogos e da teoria da escolha pública. Um modelo simples de escolha ótima de candidatos por eleitores num espectro ideológico unidimensional prevê que, nas eleições multinominais: os eleitores podem fazer uso racional do voto em branco ou voto nulo; e os partidos podem optar por lançar um ou dois candidatos no pleito, a depender da configuração ideológica dos partidos participantes do pleito. Discutimos potenciais caminhos para o teste empírico dessas proposições, bem como limitações e extensões.