Três Ensaios em Economia sobre Mudança Estrutural do Trabalho
Mudança Estrutural; Trabalho; Ocupações; Matriz Insumo-Produto; Integração Vertical.
O primeiro estudo foca na abordagem de integração vertical entre os setores produtivos, proposta por Pasinetti (1981, 1993). A estrutura elaborada pelo autor considera que os setores produtores de bens de consumo constituem cadeias produtivas incorporando bens e serviços intermediários, formando setores verticalmente interligados. Seu modelo considera que cada bem intermediário participa de apenas um setor verticalmente integrado, além de contabilizar a produção em unidades físicas. Nesse sentido, o estudo proposto avalia os impactos de flexibilizações nas hipóteses fixadas pelo referido autor, uma vez que elas esbarram tanto nas observações empíricas quanto na metodologia básica de insumo-produto, que agrega setores, bens e serviços com base nos valores monetários dos fluxos envolvidos. Além disso, espera-se evidenciar o impacto das mudanças de preços relativos nas demandas intersetoriais. O segundo estudo busca delimitar como o mercado de trabalho tem sido influenciado pelas mudanças estruturais na economia brasileira. Para tanto, investigou-se alterações na geração de postos de trabalho e no perfil das ocupações em termos de competências e habilidades, empregando o método de decomposição estrutural, de 2003 a 2019. A análise é realizada a partir da abordagem de setores verticalmente integrados proposta por Pasinetti (1981, 1993). Por fim, o terceiro estudo aborda o perfil das ocupações classificando-as como atividades rotineiras, não rotineiras cognitivas ou não rotineiras manuais. Essa classificação, proposta por Autor e Dorn (2009), possibilita compreender a evolução do trabalho à medida que a automação se expande e reduz a necessidade de trabalhadores em atividades rotineiras. Segundo observações internacionais, esses movimentos tecnológicos têm ampliado a polarização do mercado de trabalho, com queda na participação das atividades rotineiras e aumento da desigualdade salarial entre ocupações. Nesse estudo, a hipótese de polarização do mercado de trabalho brasileiro foi investigada a partir de dados da RAIS entre 2003 e 2019. Seguindo as competências e habilidade descritas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO2), a classificação é realizada empregando técnicas de linguagem natural.