Econometria para avaliação de políticas públicas ambientais: Análise da política de "Municípios Prioritários" na Amazônia Brasileira.
Políticas Públicas Ambientais, Econometria, Diferença em Diferença Escalonada, Propensity Score.
O presente trabalho pretende entender se a política brasileira de listagem de municípios na região amazônica foi eficiente quando criada em 2008, e como ela evoluiu ao longo dos anos, até 2019. Para tal, aplicamos métodos econométricos. Para a primeira questão, utilizamos o método de diferença-em-diferenças com propensity score matching, com o aumento do desmatamento dividido pela área do município como nossa variável dependente. Descobrimos que ao controlar por covariáveis e usar efeitos fixos, a política foi eficiente para diminuir o desmatamento. Especificamente, quando listados, os municípios diminuíram o desmatamento por km2 em cerca de 0,003. Para a questão seguinte, utilizamos novamente diferença-emdiferenças, mas com tratamento escalonado. Empregamos duas variações modernas desse método. Em geral, verificamos novamente que a política foi eficiente em 2008, 2009 e 2012, mas seu efeito diminuiu ao longo do tempo. A partir de 2016, a política já não era eficiente. Em busca de maior robustez, também respondemos as duas perguntas com diferentes variáveis dependentes, precisamente aumento de desmatamento normalizado e log transformado. Os resultados, ainda assim, indicam que a política funcionou. Em seguida, tentamos explorar as razões por trás da mudança de política. Nossos achados sugerem que as alianças políticas e a diminuição de recursos voltados para a conservação ambiental impactaram a política. Por fim, apontamos algumas falhas e limitações do artigo, indicando oportunidades para estudos futuros e recomendações práticas.