Práticas Político-Artísticas de Revolução: A música comprometida da Nova Canção Chilena (1960-1970)
Nova Canção Chilena; música comprometida; arte política; revolução socialista; Unidade Popular.
A presente dissertação de mestrado tem como propósito tratar das práticas político- artísticas voltadas ao tema da revolução socialista na música comprometida da Nova Canção Chilena, entre as décadas de 1960 e 1970. Temos como foco principal analisar a relação entre arte e política na práxis dos principais expoentes deste movimento musical. Desta forma, examinamos este movimento e suas produções musicais tendo em conta o contexto no qual se desenvolveu, especialmente seu comprometimento com a experiência do Chile socialista que culmina com o governo da Unidade Popular, e suas conexões com outros projetos revolucionários e articulações das esquerdas latino-americanas. Para tanto, primeiramente identificamos as particularidades constitutivas deste movimento e o analisamos do ponto de vista histórico, cultural e político, de forma a compreendê-lo em sua relação com a experiência política nacional e seus vínculos político-artísticos em nível regional. Em seguida, adentramos na busca sobre os sentidos, concepções e valores construídos em torno da arte revolucionária, situando-a enquanto política cultural, e refletimos acerca da relação entre arte e política e, especificamente sobre essa experiência musical, relevamos seu papel enquanto um meio de disputa narrativa, como pedagogia social e mobilizadora de afetividades. Por fim, e tendo como base a reflexão anterior sobre arte e política, analisamos as diversas práticas político-artísticas destes músicos em sua adesão ao processo revolucionário chileno, relevando também as tensões internas em torno do posicionamento político e os distintos níveis de radicalidade dessa práxis.