O não lugar das pessoas migrantes e sua luta pelo acesso à saúde
Migração e refúgio; Protagonismo migrante; Acesso à saúde; Cidadania; Não-lugar da pessoa migrante;
Este projeto de pesquisa analisa as experiências de acesso à saúde dos migrantes haitianos na República Dominicana, em um contexto de exclusão jurídica, social e econômica. Embora o direito à saúde esteja formalmente garantido aos cidadãos pela Constituição dominicana, as pessoas migrantes enfrentam barreiras institucionais, documentais e culturais que dificultam a efetivação desse direito. A abordagem epistemológica adotada parte do pressuposto de que os migrantes são sujeitos ativos, dotados de agência e resiliência, capazes de desenvolver estratégias para enfrentar as exclusões que lhes são impostas. A pesquisa analisa as dinâmicas de exclusão e as formas de resistência dos migrantes haitianos por meio de entrevistas semiestruturadas, a partir de uma perspectiva crítica que dialoga com conceitos como cidadania X populações (Chatterjee) e não-lugar (Augé). Propõe-se, ainda, uma ampliação do conceito de não-lugar, de modo a compreender como a condição das pessoas migrantes, enquanto grupo específico dentro da categoria de "populações", revela estratégias de sobrevivência que desafiam as fronteiras simbólicas e institucionais da exclusão.