O NEOESTRUTURALISMO NO PENSAMENTO CEPALINO CONTEMPORÂNEO:
RUPTURA DIANTE DA REALIDADE (PÓS) NEOLIBERAL?
CEPAL; Neoliberalismo; Neoestruturalismo.
Desde a Grande Recessão de 2007-2008, o modelo econômico neoliberal vem perdendo
primazia no cenário global. Com a eclosão da pandemia de Covid-19 ficou evidente a
mudança de paradigma das economias nacionais, período no qual os Estados tiveram que agir
deliberadamente de maneira positiva para tentar dirimir os efeitos econômicos e sociais
avassaladores decorrentes dessa crise sanitária global. Nesse ínterim, a Guerra na Ucrânia
vem evidenciando o papel presente das nações mais ricas do mundo em suas economias, ao
imporem restrições multifacetadas ao capital russo. Portanto, a realidade prática dos últimos
anos é significativamente distinta daquela em que o modelo econômico neoliberal se
consolidou como doutrina hegemônica, no pós-Guerra Fria. Vale pontuar que foi justamente
nesse contexto, na década de 1990, que a própria Comissão Econômica para a América Latina
e o Caribe (CEPAL) buscou adaptar seu método histórico-estruturalista ao neoliberalismo
reinante, o que veio a ser denominado de neoestruturalismo cepalino. Dado que o
neoestruturalismo cepalino surgiu justamente como resposta ao modelo econômico neoliberal
hegemônico, a perca de primazia do neoliberalismo desde 2007-2008, no âmbito da CEPAL,
poderia significar a superação do neoestruturalismo no pensamento dessa instituição.