A POLÍTICA EXTERNA DOS GOVERNOS MORALES (2006-2019): A internacionalização do “processo de cambio” e o regionalismo sul-americano
Política Externa Boliviana; Regionalismo; Integração Regional; América do Sul
A presente dissertação busca compreender e explicar a dimensão internacional do proceso de
cambio boliviano, isto é, entender as implicações que o período de Evo Morales à frente da
presidência da Bolívia (2006-2019) teve para a definição da política externa do país e para a
condução de suas relações internacionais na América do Sul. Assim, este trabalho pretende
responder à seguinte pergunta de pesquisa: como a política externa da Bolívia durante os governos
de Evo Morales influiu nos processos regionais da América do Sul, especificamente na ALBA-
TCP, na CAN, no MERCOSUL e na UNASUL? A hipótese defendida aponta que, a partir de 2006,
ocorreu a reconfiguração da política externa boliviana e o país passou a perseguir uma participação
mais engajada nos diversos processos regionais da América do Sul, alternando, dentro desses
blocos, momentos de certo protagonismo com pragmatismo. A fim de verificar a hipótese, realizou-
se uma pesquisa preponderantemente bibliográfica complementada por consulta documental e pelo
uso de entrevistas semi-estruturadas, visando coletar insumos suficientes para identificar as
características da política externa da Bolívia a partir de 2006 e explicar a postura e as ações que o
país viria a apresentar diante de seus vizinhos sul-americanos, especificamente no marco dos
processos regionais citados.