DA INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA QUE TEMOS ÀS NECESSIDADES DA AMÉRICA LATINA: Uma Análise dos Acordos e Mecanismos de Cooperação Multilateral
Transição energética; justiça energética; integração regional; cooperação multilateral; Latinoamérica.
As mudanças climáticas estão alterando o futuro das próximas gerações, cujo destino dependerá da capacidade humana de encontrar alternativas que proporcionem melhores oportunidades do que aquelas que estão sendo desenhadas no presente. Para a América Latina, enfrentar essa realidade não tem sido fácil. A região sofre tanto com as consequências da inação climática global quanto com a ineficácia de iniciativas locais que não conseguem evitar danos irreversíveis para seus países e sociedades. No campo da transição energética, a situação não é muito diferente: a América Latina se vê obrigada a transformar suas matrizes energéticas para emitir menos carbono e melhorar a vida das pessoas. No entanto, além de avançar de forma lenta, essa transformação tem ocorrido de maneira isolada e fragmentada, diante de um problema que afeta toda a região como um todo. Diante desse desafio, esta pesquisa tem como objetivo principal refletir sobre como a integração regional, sob a perspectiva da cooperação multilateral, pode fortalecer a transição energética justa na América Latina. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma análise da literatura especializada sobre integração energética, identificando seus principais enfoques conceituais, bem como as limitações e benefícios apontados pelos estudos existentes. Além disso, foi feito um mapeamento de acordos, ações e políticas energéticas impulsionadas por organismos multilaterais e registradas em bases como a ENETRIX e a SIELAC, com o objetivo de avaliar a existência de padrões ou tendências voltados para uma transição energética justa na América Latina. Assim, em tempos em que a transição energética com justiça já não é mais uma opção, mas uma exigência, este estudo identifica a necessidade de fortalecer a continuidade, a ambição, a transparência e a articulação regional das iniciativas de integração energética, incorporando metas comuns para além do acesso universal e promovendo a transição justa como um caminho necessário para um futuro mais sustentável na América Latina.