O preço invisível do desmatamento no Cerrado: uma estimativa a partir da perda de biomassa na região do Matopiba
biomassa, mercado de carbono, sensoriamento remoto
O Cerrado há décadas enfrenta desafios críticos em decorrência do desmatamento causado pelo avanço das atividades agropecuárias. O bioma é a savana mais biodiversa do planeta e ocupa cerca de 25% do território brasileiro, possuindo relevância nas discussões climáticas devido ao seu estoque de carbono. Estima-se que mais de metade da vegetação nativa foi convertida em pastagens e culturas anuais. A região do Matopiba formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia é a principal responsável pelos dados alarmantes de desmatamento do bioma, correspondendo a 52,5% da vegetação nativa brasileira perdida no ano de 2024. A região é caracterizada pela relevância no mercado interno e externo, movimentando bilhões de dólares anualmente e por sua configuração territorial desigual e excludente.
Diante disso, instrumentos e políticas financeiras são uma alternativa para a exploração sustentável de biomas nativos, através de ativos ambientais que poderiam gerar créditos da biodiversidade para uma exploração sustentável, gerando valor financeiro para a conservação do Cerrado e renda para as populações ali residentes. Ressaltando o quanto é necessário aprimorar os mecanismos de distribuição financeira gerados por programas de carbono
Assim, o presente estudo tem o objetivo de verificar o preço perdido de ativos ambientais em decorrência do desmatamento na região do Matopiba, a partir de base de dados de biomassa e de dashboards de desmatamento com o intuito de apresentar a importância do Cerrado na geração de créditos de biodiversidade, estimando qual é o custo do desmatamento e comparando-o com os valores da produção agropecuária.