Banca de DEFESA: MARIANA GOMES RABELLO MOTTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIANA GOMES RABELLO MOTTA
DATA : 18/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: CDS
TÍTULO:

A mulher e seus frutos: contribuição do Cerrado no sistema agroextrativista quilombola Kalunga


PALAVRAS-CHAVES:

agroextrativismo; Kalunga; reprodução social; Cerrado.


PÁGINAS: 143
RESUMO:

No Cerrado a agricultura familiar tem por característica constituir um sistema agroextrativista. As produções

podem ser variadas, tratando-se, portanto, do conjunto de diferentes atividades produtivas que a família tem

em sua propriedade. Em Goiás, na área hoje reconhecida pelo Governo de Goiás por Sítio Histórico e

Patrimônio Cultural Kalunga (SHPCK) e pela ONU como o primeiro Território e Área Conservada por

Comunidades Indígenas e Locais (TICCA) do Brasil, o povo Kalunga usufrui dos recursos dados pelo

bioma para seu autoconsumo e comercialização. Devido ao isolamento, eles desenvolveram um forte

vínculo com o bioma e condições para que sobrevivessem. Assim, os moradores da comunidade Kalunga

Vão de Almas, são agricultores, extrativistas e alguns mantêm a tradição da pesca. O extrativismo não

apenas gera renda, fornece produtos para consumo e fabricação de utensílios e ferramentas. A prática

extrativista é, portanto, mais do que uma atividade que permite um retorno financeiro para quem a exerce.

Faz parte da tradicionalidade dessas pessoas. Utilizando-se do método LUME, uma ferramenta capaz de

absorver as relações entre as áreas social, econômica e ecológica dentro do sistema agroextrativista, o

objetivo geral do trabalho é o de analisar a função do extrativismo dos frutos do Cerrado nos sistemas

produtivos Kalunga e entender como esses garantem as condições mínimas para a reprodução social das

famílias. Com os objetivos específicos, deseja-se: i) caracterizar o sistema agroextrativista; ii) identificar e

mapear os fluxos de insumos, produtos, rendas monetárias e não monetárias do sistema agroextrativista; iii)

descrever a divisão social do trabalho dentro do sistema agroextrativista. Os resultados apontaram que a

atividade extrativista é de responsabilidade das mulheres; em regra, o extrativismo sempre é associado a

alguma outra fonte de renda e não custeia as principais despesas, mas é renda importante para a reprodução

social das famílias; as produções agrícolas e as criações de animais traduzem a autossuficiência da

comunidade e formam estratégia de renda para as famílias. A força que há nessa relação povo-território

traduz a resistência de um povo e a garantia de que não apaguem a história dos Kalunga. Fica evidente a

necessidade de uma organização social que contemple os moradores de toda o território atuando para

distribuição igualitária das oportunidades que chegam e que supere os conflitos pessoais que existem

visando o fortalecimento da comunidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CECILIA RICARDO FERNANDES - UnB
Externa à Instituição - CLAUDIA SOUZA
Interna - 2453370 - DORIS ALEIDA VILLAMIZAR SAYAGO
Presidente - 1226885 - LAURA ANGELICA FERREIRA DARNET
Notícia cadastrada em: 11/09/2023 16:26
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