MAPEAMENTO DE PEQUENAS ÁREAS DE DESMATAMENTO EM FLORESTA PRIMÁRIA: UM ESTUDO DE CASO NAS RESERVAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO RIO E NEGRO E PURANGA CONQUISTA
Desmatamento, Sensoriamento Remoto, Programa Bolsa Floresta
O controle do desmatamento é fundamental para evitar os impactos da perda de floresta no bioma amazônico. Por isso, compreender o processo de abertura de pequenas áreas em floresta primária é essencial para o desenvolvimento de modelos mais detalhados, de forma que sejam mais representativos do contexto local, mais refinados e que possam subsidiar a construção de políticas públicas como o Programa Bolsa Floresta (PBF). Nesse contexto, o sensoriamento remoto (SR) aparece como uma ferramenta promissora, fornecendo cobertura espacial e temporal suficiente para o acompanhamento de pequenas aberturas em floresta na região amazônica. O objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar o desmatamento em áreas maiores do que 0.5 ha de florestas primárias antes e após a implementação do: Programa Bolsa Floresta (PBF) nas reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro e Puranga Conquista, no estado do Amazonas. Para tal finalidade, a metodologia consistiu em utilizar índices espectrais de vegetação como o Índice de Umidade por Diferença Normalizada (NDMI) que é sensível aos níveis de umidade na vegetação, e a implantação do PBF como marcador temporal inicial para cada RDS com três períodos subsequentes. O mapeamento mostrou, de maneira geral, que há uma tendência de queda quanto a abertura de novas áreas em floresta primária. Porém, quando comparado aos dados oficiais a metodologia utilizada neste trabalho é mais sensível apresentando incrementos de desmatamento por período com valores que chegam a ser dez vezes maiores. Os resultados mostram os esforços das famílias locais para cumprir as regras de desmatamento zero do PBF e como consequência, os dados mais detalhados, com o uso desta metodologia, se mostram essenciais para entender a dinâmica de desmatamento em pequenas áreas.