Banca de DEFESA: Patricia Alves Silva

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Patricia Alves Silva
DATA : 27/09/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório 3 do IB
TÍTULO:

Estudos in vitro e in sílico das α-1,2-manosiltransferase (Kre2 e Mnt1) dos fungos patogênicos humanos Paracoccidioides lutzii, Cryptococcus neoformans e Candida albicans para o desenvolvimento de fármacos.


PALAVRAS-CHAVES:
α-1,2-manosiltransferase (Kre2 e Mnt1), Paracoccidioides lutzii, Cryptococcus neoformans e Candida albicans, reposicionamento de fármacos.
 

PÁGINAS: 205
RESUMO:

incidência de infecções fúngicas sistêmicas tem aumentado globalmente, representando um sério problema de saúde pública. A Candida albicans é um dos fungos mais prevalentes nessas infecções. As opções terapêuticas atuais, limitadas a polienos, azóis, alilaminas, flucitosina e equinocandinas, apresentam limitações significativas, incluindo efeitos adversos como hepatotoxicidade e nefrotoxicidade, além do surgimento de resistência. Esses desafios destacam a necessidade urgente de desenvolver novos agentes antifúngicos. Nesse contexto, a α-1,2-manosiltransferase (Kre2/Mnt1) se destaca como um alvo molecular promissor para novas terapias antifúngicas. Essa proteína é crucial para a viabilidade celular e a virulência de vários patógenos fúngicos humanos, incluindo C. albicans, Paracoccidioides spp. e Cryptococcus neoformans. Estudos indicam que a ausência dessa proteína perturba o crescimento dos patógenos no hospedeiro, tornando-a um alvo relevante para intervenções terapêuticas. A produção da proteína recombinante Mnt1/Kre2 de C. albicans e Paracoccidioides spp. foi realizada em Komagataella phaffii, resultando em alto rendimento. A purificação dessas proteínas, foi descrita pela primeira vez na literatura, neste trabalho e permitiu obter amostras de alta pureza. A identidade da proteína purificada Mnt1 de C. albicans (CaMnt1) foi confirmada por espectroscopia de massa MALDI-TOF/TOF. A estrutura secundária, avaliada por espectroscopia de dicroísmo circular (CD), revelou uma conformação compatível com α-hélices e β-folhas em pH 7,0. Já a estrutura terciária, analisada por espectroscopia de fluorescência, mostrou-se dependente do pH, com maior intensidade de emissão em pH 7,0. Uma vez obtida a proteína recombinante, foram realizados avanços significativos na caracterização molecular e funcional da α-1,2-manosiltransferase. A modelagem molecular permitiu descrever o complexo ternário de CaMnt1 ligado aos seus substratos, identificando os resíduos envolvidos na especificidade do substrato e na reação catalítica. O estudo sugere que o resíduo Tyr209 desempenha um papel crucial na estabilização do intermediário de reação, apoiando a hipótese de um mecanismo de ataque nucleofílico. Além disso, a modelagem molecular do alvo Kre2 de Cryptococcus neoformans (CnKre2) e a sobreposição dos resíduos de aminoácidos no sítio catalítico com o modelo 1S4N foram realizadas com alta qualidade estereoquímica. Ensaios de inibição enzimática com a proteína recombinante Kre2 de P. lutzii purificada, confirmaram a ligação específica de uma molécula previamente identificada, F0608-0750, ao seu alvo, com inibição também observada para a proteína Mnt1 de C. albicans. Esses ensaios são cruciais, demonstrando a eficácia potencial de inibição da α-1,2- manosiltransferase como estratégia terapêutica. Adicionalmente, o reposicionamento de fármacos foi utilizado como uma abordagem para identificar moléculas com propriedades antifúngicas. Métodos computacionais de reposicionamento e varredura virtual identificaram 37 moléculas com afinidade potencial ao sítio ativo da enzima; 26 foram testadas, e 13 demonstraram excelente atividade antifúngica em experimentos in vitro. Os resultados obtidos reforçam o reposicionamento de fármacos como uma estratégia promissora para desenvolver novas terapias, apresentando moléculas potencialmente eficazes contra infecções fúngicas sistêmicas causadas por diferentes gêneros fúngicos. Este trabalho é relevante não apenas pela identificação de novas moléculas com atividade antifúngica, mas também por abrir novos caminhos na descoberta de alvos terapêuticos mais eficazes e menos tóxicos, superando as limitações das terapias atuais. O estudo da α-1,2- manosiltransferase (Kre2/Mnt1) contribui para o desenvolvimento de terapias mais seguras e eficazes, promovendo avanços significativos no desenvolvimento de fármacos antifúngicos de próxima geração.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANA KARINA RODRIGUES ABADIO DE PAULA - UNEMAT
Externa à Instituição - AMANDA ARAÚJO SOUZA - CNPEM
Interna - 1208515 - ANDREA QUEIROZ MARANHAO
Presidente - 1976153 - JOAO ALEXANDRE RIBEIRO GONCALVES BARBOSA
Externo à Instituição - JONATAS CUNHA BARBOSA LIMA - OPAS
Notícia cadastrada em: 17/09/2024 15:46
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