"O papel da melatonina na modulação de parâmetros carcinogênicos e na morte piroptótica em células de adenocarcinoma pancreático humanas".
Adenocarcinoma pancreático, Melatonina, Efeito antitumoral, Piroptose
O adenocarcinoma pancreático é a neoplasia maligna mais frequente do pâncreas e representa uma das formas mais letais de câncer do mundo, sem opções de tratamento eficazes para estágios avançados. Possui um microambiente tumoral imunossupressor que contribui para resistência à terapia convencional. Tais limitações tem motivado a busca por terapias alternativas, incluindo o uso de suplementos e compostos naturais. A melatonina está emergindo como uma promissora terapia adjuvante, não apenas aliviando os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia, mas também demonstrando efeitos antiproliferativos em diversos tipos de câncer. Neste contexto, esse trabalho teve como objetivo caracterizar os efeitos da melatonina na modulação de parâmetros celulares em células de adenocarcinoma pancreático humano (PANC-1). As células PANC-1 foram estimuladas com concentrações distintas de melatonina (0,625mM; 1,25mM; 2,5mM; 3,75mM e 5mM) por diferentes períodos. Parâmetros carcinogênicos como proliferação, ciclo celular, fragmentação nuclear, biogênese de corpúsculos lipídicos e morte celular foram avaliados. Análises para caracterizar a morte celular por piroptose também foram realizadas como a formação de poros na membrana plasmática, liberação da enzima lactato desidrogenase (LDH), ativação de caspase-1, geração de espécies reativas (ROS) bem como acidificação lisossomal e morfologia mitocondrial. Nossos resultados revelaram que a melatonina modulou parâmetros carcinogênicos, reduzindo a proliferação celular, induzindo aprisionamento na fase G0/G1 do ciclo celular, diminuindo a biogênese de corpúsculos lipídicos e induzindo citotoxicidade de maneira dose e tempo-dependente. A morte celular piroptótica foi evidenciada pela perda da integridade da membrana plasmática, liberação de LDH e ativação de caspase1, além de um aumento na produção de ROS e danos lisossomais e mitocondriais. Este estudo destaca o potencial efeito antitumoral da melatonina in vitro, abrindo novas perspectivas para seu uso como adjuvante no tratamento do câncer pancreático.