Chave de múltiplo acesso de folha e madeira de espécies arbóreas do Cerrado s.l. e discriminação da madeira utilizando a espectroscopia de infravermelho próximo.
Chave de Identificação; Descrição; Madeira; Folha; NIRS.
Importante para o conhecimento científico, a identificação de espécies pode ser utilizada em levantamentos florestais e caracterização de vegetações. Para que ocorra a determinação de uma espécie, são utilizadas chaves de identificação dicotômicas e denteadas, que podem exigir alto nível de detalhamento e conhecimento botânico, já as chaves de múltiplo acesso requerem um menor número de características para se chegar a uma identificação. Ainda existem regiões no Brasil que são encontradas poucas chaves de identificação de espécies arbóreas com o uso de caracteres vegetativos, a exemplo do bioma Cerrado. Outra forma de discriminação de espécie é com a utilização da Espectroscopia do Infravermelho Próximo (NIRS), que funciona como um método rápido e não destrutivo. O presente trabalho tem o objetivo de criar uma chave de identificação de múltiplo acesso e uma interativa com caracteres anatômicos macroscópicos de madeira e folha para a distinção de 25 espécies do Cerrado. Além de utilizar o NIRS como um método de discriminação de sete espécies arbóreas de Cerrado. Para isso, foram coletadas amostras de ramos com 4 cm de diâmetro de espécies de árvores do Cerrado, em quatro áreas de coleta no Distrito Federal. As amostras de folha e madeira dos ramos foram descritas. A chave de identificação foi criada com o auxílio do software Excel com as características macroscópicas de madeira e folha, que pode facilitar e agilizar a identificação até mesmo em campo. Para o NIRS foram coletados os espectros da madeira de sete indivíduos - Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg, Bowdichia virgilioides Kunth, Copaifera langsdorffii Desf., Dalbergia miscolobium Benth., Didymopanax macrocarpus (Cham. & Schltdl.) Seem., Machaerium opacum Vogel e Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. Essa é a primeira chave de identificação de múltiplo acesso que é produzida para espécie de árvores do cerrado. Como esperado, as diferenças anatômicas macroscópicas das madeiras e das folhas foram suficientes para a distinção das 25 espécies presentes na chave, entretanto, foi necessário produzir uma chave menor para as espécies Kielmeyera coriacea e Kielmeyera speciosa que não puderam ser separadas na primeira parte. Para o NIRS, foi possível discriminar as sete espécies com a análise LDA em conjunto de modelos estatísticos, sendo o plano transversal lixado teve a melhor acurácia (99%). O resultado da PLS-DA foram satisfatórios para o plano transversal lixado em cinco amostras, Ouratea hexasperma teve um melhor resultado na casca e Dalbergia miscolobium no plano transversal não lixado. Assim, o NIRS é uma boa opção para a discriminação de espécies de árvores do cerrado com espectros coletados em ramos, diminuindo o tratamento da amostra para a identificação.