PPGBOT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DEPTO BOTÂNICA Téléphone/Extension: Indisponible https://www.unb.br/pos-graduacao

Banca de QUALIFICAÇÃO: Mariana Oliveira Medeiros

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Mariana Oliveira Medeiros
DATA : 20/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência - Teams
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO E APERFEIÇOAMENTO DE TÉCNICA DE MULTIPLICAÇÃO CLONAL IN VITRO E EM LARGA ESCALA DE ESPÉCIES DE BAUNILHA (Vanilla spp.)


PALAVRAS-CHAVES:

Baunilha, contaminação, cultura in vitro, limpeza


PÁGINAS: 30
RESUMO:

A Baunilha ou Vanila é uma planta do gênero Vanilla pertencente à família Orchidaceae. Seu fruto, chamado de fava, é uma vagem alongada de grande importância econômica, pois contém um flavonoide que intensifica o sabor e aroma dos alimentos. Além da importância para a gastronomia, os frutos da baunilha também são utilizados na produção de medicamentos, cosméticos, artesanato, produtos de tabacaria, entre outros. Apesar do Brasil apresentar condições favoráveis para o cultivo da baunilha, a produção é baixa e dispendiosa com as técnicas de propagação convencionais. Normalmente, a baunilha é propagada por meio de estaquia, mas esse método é inviável por gerar prejuízo a planta matriz, além de ser lento e não suprir a demanda do comércio. Neste contexto, é importante o desenvolvimento de protocolos e técnicas para produção em larga escala de baunilha para suprir a demanda comercial das diferentes espécies. A cultura in vitro pode proporcionar a produção em larga escala de mudas, com economia de tempo e espaço. Além disso, tem condições de uniformizar a produção quanto ao desenvolvimento das mudas, mantendo as características genéticas da planta matriz, gerando mudas de qualidade e livres de doenças. A maioria das orquidáceas, incluindo o gênero Vanilla, dependem de interações com microrganismos endofíticos, como fungos e bactérias, para seu desenvolvimento ex vitro. E a contaminação por esses microrganismos são um dos principais problemas enfrentados na cultura de tecidos vegetais in vitro. Por essa razão, o objetivo desse trabalho é desenvolver e aperfeiçoar técnicas de multiplicação clonal in vitro e em larga escala de espécies de baunilha (Vanilla spp.). Para o estabelecimento foram utilizadas porções caulinares (nodais) da espécie Vanilla bahiana, de aproximadamente 1,0 cm de altura, com pelo menos uma gema axilar. De início foi realizada a desinfestação, em câmara de fluxo laminar, com etanol 70%, hipoclorito de sódio a 5% de cloro ativo, e água destilada e autoclavada. Uma vez desinfestados, os explantes foram transferidos para meio de cultura de Murashige e Skoog (MS, 1962) e mantido em sala de crescimento com condições controladas. Para limpeza de microrganismos endógenos bacterianos foi utilizado a Ampicilina Sódica (Sigma, A0166-5G), a qual foi introduzida por esterilização à frio ao meio de cultura. Foi realizado um teste de fitotoxicidade com duas concentrações de ampicilina. Os explantes apresentando contaminação bacteriana passaram por um processo de descontaminação, onde 3 subcultivos sucessivos de 30 dias cada foram realizados, em meio de Murashige e Skoog (MS, 1962) e 500 mg.L-1 de ampicilina (concentração que apresentou o melhor resultado de acordo com o teste de fitotoxicidade). As análises de descontaminação dos explantes foram realizadas nos intervalos de 7, 15 e 30 dias de cada cultivo. Foram retiradas amostras formadas por discos de 1 a 3 mm de diâmetro das hastes, sendo os mesmos colocados para se desenvolver em meio Ágar Nutriente (AN). Neste experimento foram avaliadas 11 repetições por tratamento, sendo cada repetição formada por um tubo de ensaio contendo um broto. O estabelecimento inicial das microestacas, em meio de cultura sem antibiótico, apresentou 100% de contaminação bacteriana já na primeira semana de cultivo. Além da contaminação bacteriana, também foi observado contaminação fúngica nos explantes. No processo de limpeza dos explantes foram realizados três subcultivos de 30 dias cada em meio de cultura suplementado com 500 mg.L- 1 de Ampicilina e, a cada final do período de cultivo, porções caulinares dos explantes foram avaliados em placas contendo meio Ágar Nutriente visando identificar o crescimento bacteriano. Ao final do terceiro subcultivo, a análise visual da presença de contaminação nos explantes resultou em 0% de contaminação por bactéria. Já quando a análise foi feita nos explantes em Ágar Nutriente, verificou-se que a contaminação alcançou 8,3% na primeira semana, mantendose nas seguintes. Isso sugere que alguns explantes ainda apresentavam contaminação endógena, mas em quantidade muito menor quando comparada ao estabelecimento inicial. Diante dos testes realizados pode se afirmar que a V. bahiana se desenvolve bem in vitro com a presença da ampicilina sódica em concentração de até 500 mg.L-1 . O antibiótico se mostrou eficiente na redução da carga bacteriana na cultura, sugerindo ser uma importante alternativa para o estabelecimento in vitro da espécie. Ressalta- se, entretanto, que ainda são necessários estudos para identificar os principais microrganismos endógenos da espécie e se averiguar por quantos subcultivos com ampicilina sódica se consegue o máximo de limpeza ou a limpeza total desses microrganismos, sem gerar prejuízos para os propágulos em cultivo. Experimentos de conservação, e multiplicação em larga escala estão em andamento com o material descontaminado, com o auxílio da ampicilina.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ROBERTO FONTES VIEIRA
Interna - 1556591 - CRISTIANE DA SILVA FERREIRA
Externo à Instituição - INAE MARIE DE ARAUJO SILVA CARDOSO
Externo à Instituição - JONNY EVERSON SCHERWINSKI PEREIRA
Notícia cadastrada em: 19/08/2022 07:39
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