O papel das diferentes escalas espaciais na manutenção de abelhas nativas e no serviço de polinização em agroecossistemas orgânicos
Cerrado, tomate, Meliponinae, genética, microssatélites, planta espontânea
Conservar a diversidade de abelhas e garantir o serviço de polinização na produção de alimentos é uma alternativa economicamente relevante para subsidiar agroecossistemas sustentáveis globalmente, especialmente nas regiões tropicais. Nesse contexto, a fragmentação de habitats naturais na paisagem e as práticas atuais de manejo das áreas de produção são fatores que devem ser levados em consideração visando minimizar os impactos da expansão agrícola na diversidade de abelhas. Tais fatores também são determinantes para a estruturação, estabilidade e resiliência das interações planta-abelha em agroecossistemas, e para a manutenção do fluxo gênico e da diversidade genética entre populações de abelhas silvestres polinizadoras. Portanto, o objetivo dessa tese é avaliar como os recursos ambientais em diferentes escalas espaciais contribuem para a manutenção e manejo de abelhas em sistemas agrícolas orgânicos e suas consequências para a provisão do serviço de polinização em agroecossistemas no bioma Cerrado. É importante pensar em estratégias que promovam a prestação do serviço de polinização em sistemas agrícolas que não comprometam os habitats naturais Cerrado, a savana mais diversificada do mundo, considerado hotspot de biodiversidade. Também espera-se propor uma estratégia de manejo sustentável baseada na polinização natural e na introdução de ninhos de abelhas nativas sem ferrão para a polinização em cultivos orgânicos de tomateiros. Isso porque visamos aumentar as tecnologias disponíveis para agricultores, especialmente para aqueles que buscam por sistemas agrícolas mais sustentáveis. A tese está estruturada em três capítulos, onde as espécies de abelhas e suas interações serão avaliadas em cultivos de tomateiros orgânicos no Distrito Federal. Para isso, trabalhamos com uma abordagem envolvendo três escalas fundamentais para a compreensão dos processos ecológicos que atuam sobre as comunidades biológicas, mas que ainda são pouco consideradas em conjunto em estudos ecológicos, principalmente em agroecossistemas: a escala da paisagem, da fazenda e local.