"Diversidade de drosofilídeos (Insecta, Diptera) em e Reservas Ecológicas e Parques Urbanos do
Distrito Federal".
diversidade beta; Drosophilidae; riqueza; abundância; Zaprionus tuberculatus.
O entendimento dos padrões e processos que regem a distribuição, riqueza e abundância de espécies é um dos principais objetivos da Ecologia. Comunidades de drosofilídeos em reservas naturais e parques urbanos são excelentes laboratórios para estudar estruturação de assembleias nesses ambientes. O primeiro capítulo desta tese investiga assembleias de drosofilídeos em parques urbanos do Distrito Federal. Nosso estudo mostrou que as espécies exóticas tendem a ser mais abundantes que as neotropicais, corroborando a ideia de que ambientes urbanos tendem a favorecer espécies exóticas generalistas. A abundância de drosofilídeos neotropicais foi maior nos parques mais distantes do centro urbano, e pela sinergia entre essa distância e o tamanho do parque. A abundância de drosofilídeos exóticos responde à densidade populacional humana dos arredores do parque, e à sinergia entre esse fator e a distância do centro. Não encontramos nenhuma relação entre riqueza de espécies e as variáveis ambientais dos diferentes parques. O segundo capítulo relaciona a distância entre parques e reservas com a diversidade beta, em termos de turnover e aninhamento. Com base na riqueza e na abundância de drosofilídeos, a diversidade beta entre parques e reservas foi moderada. A dissimilaridade foi associada principalmente ao mecanismo de turnover (em 89% dos casos para a riqueza e 99,9% para a abundância). Com base na riqueza de espécies, a dissimilaridade entre a Estação Ecológica de Águas Emendadas e os parques aumenta com a distância entre eles. Com base na abundância relativa das espécies, a dissimilaridade entre o Parque Nacional de Brasília – uma importante reserva do DF – e os parques urbanos também aumenta com a distância entre eles. Por fim, no terceiro capítulo relatamos a primeira ocorrência nas Américas da espécie afrotropical Zaprionus tuberculatus Malloch. Esta espécie foi reconhecida como invasora pelo Invasive Species Compendium, e argumento que provavelmente causará impacto no bioma Cerrado, um hotspot de biodiversidade onde comunidades de drosofilídeos têm sido monitoradas desde 1998.