PPG ECL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DEPTO ECOLOGIA Telefone/Ramal: Não informado https://www.unb.br/pos-graduacao

Banca de DEFESA: Águeda Lourenço Vieira da Silva

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Águeda Lourenço Vieira da Silva
DATA : 10/10/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Remota (virtual)
TÍTULO:

 "Ecologia das interações entre plantas e pequenos mamíferos no Cerrado: avaliação de desenho amostral, efeitos da severidade do fogo e disponibilidade de recursos".


PALAVRAS-CHAVES:

estimativas de diversidade, incêndios florestais, redes de interação planta-animal, dispersão de sementes, roedores, marsupiais, savana neotropical.


PÁGINAS: 144
RESUMO:

A distribuição das espécies e das suas interações ecológicas varia espacial e temporalmente. As comunidades biológicas e por consequência suas interações podem ser afetadas por distúrbios como os incêndios, que são capazes de alterar a estrutura dos habitats e a disponibilidade de recursos. Para entendermos os padrões de distribuição das espécies, assim como detectar alterações após perturbações, é necessário mensurar adequadamente a diversidade dos grupos estudados. Isso é um desafio, sobretudo para grupos altamente diversos, como os pequenos mamíferos voadores neotropicais e em ambientes compostos por diferentes fisionomias, como o Cerrado. Nesse estudo, avaliamos: 1) como o desenho amostral afeta as estimativas de diversidade de pequenos mamíferos no Cerrado; 2) os efeitos da severidade do fogo, da disponibilidade de recursos e da estrutura do habitat nas redes de interação planta-animal das quais participam os pequenos mamíferos no Cerrado; e 3) os efeitos da severidade do fogo sobre o potencial de dispersão de sementes por pequenos mamíferos no Cerrado. O desenho amostral utilizado na amostragem de comunidades de pequenos mamíferos no Cerrado afetou as estimativas de abundância e riqueza desse grupo. Amostragens que utilizaram em conjunto armadilhastipo gaiola e as de interceptação e queda (pitfalls) e que consideraram as duas estações climáticas (i. e. seca e chuvosa) foram mais eficientes, especialmente nas formações abertas. A análise de DNA metabarcoding nos permitiu detectar uma riqueza de plantas consumidas por roedores e marsupiais muito acima do que é possível através de métodos tradicionais. No total, identificamos 211 espécies de plantas nas fezes desses animais, contrastando com as 28 espécies de sementes detectadas pela análise visual em estereoscópio. As interações planta-animal entre pequenos mamíferos e a flora do Cerrado foram afetadas pelo fogo. A severidade do fogo tornou as redes de interações mais aninhadas, e com menor grau de modularidade e especialização nas matas de galeria atingidas mais severamente pelo incêndio. Nessas áreas, a diversidade de interações foi maior, possivelmente em decorrência da invasão de espécies típicas de habitats abertos, favorecidas pelas modificações na estrutura do habitat causadas pelo fogo. A disponibilidade de recursos (i. e. frutos) também afetou a estrutura das redes plantaanimal, embora essa disponibilidade não tenha apresentado relação direta com a severidade do fogo. Já a estrutura do habitat não afetou diretamente a estrutura das redes planta-animal. No entanto, esse fator foi explicado em grande parte pela severidade do fogo. Portanto, é possível que seus efeitos sobre a estrutura das interações tenham sido indiretos. O fogo também afetou o papel dos pequenos mamíferos como potenciais dispersores de sementes. Houve uma redução no número de potenciais dispersores e na diversidade de plantas dispersas pelo grupo nas matas de galeria mais severamente atingidas pelo incêndio. Esses efeitos foram espécie-específicos, variando ao longo do gradiente de severidade do fogo. Os resultados apresentados no presente estudo indicam que incêndios severos modificam as comunidades de pequenos mamíferos que habitam as matas de galeria mesmo após três anos da ocorrência do incêndio. Essas modificações têm efeitos sobre as interações planta-animal assim como sobre o papel ecossistêmico que roedores e marsupiais desempenham como dispersores de sementes, potencialmente impactando o recrutamento vegetal em áreas sensíveis ao fogo. Diante disso, recomendamos que planos de manejo integrado do fogo considerem a proteção dos ambientes mais sensíveis, pois os efeitos negativos de incêndios severos nessas áreas podem ser prolongados.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ELIANA CAZETTA - UESC
Presidente - 1653455 - EMERSON MONTEIRO VIEIRA
Interna - 404908 - HELOISA SINATORA MIRANDA
Externo à Instituição - MARIO ALMEIDA NETO
Interno - 1147029 - PEDRO HENRIQUE BRUM TOGNI
Notícia cadastrada em: 05/10/2023 16:07
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