MORTE CELULAR IMUNOGÊNICA INDUZIDA POR DOXORUBICINA É CAPAZ DE MODULAR APROGRESSÃO TUMORAL E METÁSTASE DISTANTESEM UM MODELO DE TUMOR DE CÂNCER DE MAMA ALTAMENTE AGRESSIVO
câncer de mama; doxorrubicina; vacina; morte celular imunogênica
O câncer é uma doença individual, e sua formação e desenvolvimento são específicos para cada hospedeiro. Os tratamentos convencionais são ineficazes em casos complexos como metástases e apresentam efeitos adversos graves. Novas estratégias são necessárias para abordagem do problema, e o uso da Morte Celular Imunogênica como um iniciador de resposta do sistema imunológico através da exposição de padrões moleculares associados a danos (DAMPs) por células cancerígenas é apresentado como uma abordagem de vacinação terapêutica personalizada neste trabalho. Para isso, células de adenocarcinoma mamário murino foram expostas à doxorrubicina com o intuito de induzir a liberação de marcadores associados à morte celular imunogênica, como ATP e calreticulina, e enxertadas subcutaneamente em camundongos BALB/c. Como controle do protocolo, as células foram também expostas à morte por necrose. Este protocolo, aqui chamado de “vacinação”, foi realizado três vezes, com um intervalo de sete dias entre cada repetição. Após o último transplante das células em estágio de morte imunogênica, o protocolo de vacinação foi desafiado com o enxerto subcutâneo das mesmas células cancerosas, sem exposição à doxorrubicina, no flanco oposto ao da vacinação. O estágio de “desafio” consiste em avaliar se há, ou não, resposta imunológica específica dos camundongos às células cancerosas. O acompanhamento clínico dos camundongos foi realizado por 6 semanas, nas quais os camundongos foram tomografados para avaliação do surgimento de metástases pulmonares e tiveram a aparição e volume tumoral monitorados. A indução de morte celular imunogênica iniciada por doxorrubicina nas células de adenocarcinoma mamário murino foi avaliada por citometria de fluxo e análise de imagem. Os resultados mostraram que os camundongos vacinados com células em estágio de morte celular imunogênica após exposição à doxorrubicina não apresentaram tumor primário durante as 6 semanas de avaliação, bem como não houve indicativos de desenvolvimento de lesões metastáticas em sítios secundários.