A festa do Cristo Negro como potencial de preservação do forte de San Jerónimo em Portobelo, Panamá.
Patrimônio Mundial em Perigo; preservação; conscientização; festa do Cristo Negro; forte de San Jerónimo.
O tema desta pesquisa é a festa do Cristo Negro como potencial de preservação do forte de San Jerónimo, declarado patrimônio mundial, na cidade de Portobelo, localizada na Província de Colón, Panamá. Tal escolha se dá pela necessidade de se pensar a preservação não apenas por medidas institucionais, mas também pela inclusão do sujeito em atividades que possam cooperar com a proteção dos bens culturais. Nesse contexto, a pesquisa propôs uma ação metodológica que visa integrar a festa do Cristo Negro ao patrimônio mundial em risco na cidade de Portobelo através de uma conexão territorial afetiva, reconhecendo o papel central do sujeito como o real responsável pelo poder da mudança, trazendo a si a responsabilidade de lutar pela preservação e conservação dos bens culturais. Assim, este trabalho teve como objetivo principal analisar a dinâmica territorial produzida pela festa do Cristo Negro para verificar seu potencial formulador de práxis popular na preservação do forte de San Jerónimo, patrimônio mundial declarado em perigo pela Unesco em Portobelo. A base teórica-metodológica que serviu de alicerce para a elaboração da proposta e desenvolvimento deste estudo foram os trabalhos desenvolvidos por Costa, especificamente nos anos de 2011, 2017 e 2018. Desta forma, a pesquisa foi realizada através da abordagem qualitativa utilizando-se como técnicas de pesquisa: a bibliográfica, documental e de campo. A pesquisa in loco para coleta de dados, foi executada entre os dias 19 e 31 de outubro de 2019, onde utilizamos de técnicas/instrumentos como: observação sistemática, diário de campo, entrevistas com os agentes públicos e privados responsáveis pela preservação do forte, moradores da cidade, organizadores da festa e professores das instituições de ensino da cidade, questionários e história oral. Os resultados mostram que o sujeito, quando conscientizado, desperta a necessidade particular de proteger os lugares de afetividade, porque ali jaz a história de seus ancestrais, uma representação da ligação entre o passado e o presente. A conscientização da sociedade sobre sua força de mudança desencadeia a ação de agir em prol da preservação patrimonial, fortalecendo assim sua identidade espacial, um elo compartilhado entre as raízes de sua origem, a manutenção do agora e a permanência do futuro.