Território, Quilombo Alto Santana: Representações no Patrimônio cultural da Cidade de Goiás-GO
Quilombo Urbano. Patrimônio. Território
O estudo surge na tentativa de registrar e positivar como diz Luciene Dias (2022), em seu livro Aquilombar. Apresento como objetivo analisar reflexivamente os processos de patrimonialização ocorridos na cidade de Goiás-GO e a relação desses processos com os enfrentamentos e resistências das comunidades tradicionais negras/quilombolas nesse território patrimonializado compreender seus silêncios e lacunas. A janela pela qual visualizo e proponho a escrita, integra à vontade em escutar sujeitas da referida comunidade. O porquê, delas ainda não estarem inseridas na perspectiva do patrimônio consagrado uma vez que a cidade possui o título de Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2001, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)? Nessa linha, a partir do artigo desejo, historicizar os processos dinâmicos de resistência negra/quilombola e por último, apontar caminhos, que possibilitem o reconhecimento do saber fazer, da identidade dessas comunidades e territórios como patrimoniáveis "dignos" de reconhecimento e salvaguarda. Pontuo nessa discussão o Quilombo Urbano Alto Santana, cuja característica acredito e evidencio como patrimônio- território termo apresentado pelo geógrafo professor Dr. E. Costa. (2016, 2017), que se refere a territórios que diversas vezes se localizam fora dos centros históricos tombados, mas que representam espaços repletos de simbolismo e significados. Esses territórios-patrimônios também conhecidos como territórios de exceção, são a verdadeira expressão dos saberes e fazeres resistentes a colonialidade da educação patrimonial, como ferramenta de compreensão do território, suas potencialidades. Ainda como aportes metodológicos se fazem necessários, às analises das atas da Associação Quilombola do Alto Santana, a pesquisa participativa, os questionários, as entrevistas abertas, pesquisa bibliográfica a etnográfica, e, por conseguinte de materiais audiovisuais (vídeos e registros fotográficos.) Certamente que em nesse pequeno estudo não conseguirei sanar os questionamentos, mas plantarei a semente da confluência sobre a relevância de proporcionar visibilidade para o viver quilombola presente em Goiás-GO. Tendo como proposta o inventário participativo por acreditar nos processos formativos, compartilhados, pois eles têm a possibilidade de instigar, sensibilizar e apontar caminhos.