ESPACIALIDADE DO HIV/AIDS NO DISTRITO FEDERAL: ANÁLISE DOS PROCESSOS DE SAÚDE-DOENÇA NO PERÍODO DE 2017 A 2021
Geoprocessamento; Geografia da Saúde; HIV/AIDS; Dinâmica Socioespacial; Vulnerabilidade Socioambiental Urbana.
Este estudo geográfico tem por objetivo compreender a dinâmica socioespacial das infecções por HIV e dos adoecimento por AIDS no Distrito Federal, bem como as condições de vida das populações afetadas e as políticas públicas que incidem diretamente no desenho da espacialidade da pandemia. Utiliza-se técnicas do Geoprocessamento para compreender a dinâmica socioespacial da pandemia de HIV/AIDS, georreferenciando os dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde (DF) sob recorte do período 2017 - 2021 junto a uma série de indicadores da Companhia de Planejamento (DF) que auxiliam no raciocínio geográfico da doença. No percurso metodológico emprega-se técnicas do Método Hipotético-Dedutivo, onde através dele se constrói uma teoria que formula as hipóteses e a partir delas, os resultados podem ser obtidos e confirmados. Somada a esse fazer científico, utiliza-se também uma contribuição do Materialismo Histórico Dialético, que junto a Geografia da Saúde auxilia na compreensão de que os diferentes contextos socioespaciais desenvolverá diferentes processos de saúde-doença, mas a partir de uma estrutura socioespacial imposta que condiciona as vulnerabilidades socioambientais urbanas das populações chaves e prioritárias. A hipótese formulada consiste na afirmação de que a diferenciação socioespacial observada da pandemia de HIV/AIDS seja resultante especialmente da segregação socioespacial da população e das iniquidades dos serviços de saúde. Os resultados deste estudo geográfico da dinâmica das infecções, adoecimentos e óbitos por AIDS apontam que regiões de maior mobilidade, contato, interação e aceleração do capital estariam mais vulneráveis à infecção por HIV. No entanto, regiões que apresentam maiores vulnerabilidade e processos de pauperização serão mais suscetíveis ao processo de adoecimento e óbito por AIDS, uma vez que o conjunto de vulnerabilidades vividas potencializa os processos saúde-doença que contribui para a difusão, disseminação e capilarização da pandemia de HIV/AIDS.