Percepções dos Trabalhadores da Saúde Indígena no Primeiro Ano da COVID-19 no Brasil em Diferentes Situações de Acesso Geográfico
Emergência em Saúde; trabalhadores da saúde indígena; atenção primária em saúde; acesso geográfico
Dada a magnitude e o rápido espalhamento do vírus SARS-CoV-2, a pandemia da COVID-19 surpreendeu os sistemas de saúde para acolher e tratar na mesma velocidade, os casos leves, moderados e graves da doença. Em toda rede de serviços de saúde atuam milhares de profissionais de saúde, e devido à alta transmissão do vírus SAR-CoV-2 e a alta incidência na população, estes profissionais da saúde estavam expostos a contaminação. A Organização Mundial de Saúde reconhece que os trabalhadores da saúde enfrentam riscos ampliados de infecções, expostos a pressão psicológica, fadiga e ao estigma. A necessidade de ampliar o conhecimento sobre a situação dos trabalhadores de saúde que atuam em comunidades indígenas foi um dos aspectos apontados como relevantes e urgentes pelo Sindicato dos Profissionais e Trabalhadores da Saúde Indígena - SINDCOPSI para nortear a adoção de medidas de redução do risco de trabalhadores e comunidades na resposta às situações da emergência em saúde pública – pandemia da COVID-19. Foi realizado um inquérito nacional sobre as percepções dos trabalhadores da saúde indígena acerca das condições de trabalho na atenção primária no momento do primeiro ano da COVID-19 em 2020. 1144 trabalhadores responderam o inquérito de todas as regiões do país. A pesquisa analisou quais as percepções dos trabalhadores que atuam em três diferentes contextos de acesso geográfico, bem como, estas percepções entre trabalhadores indígenas e não indígenas. De acordo com os dados levantados e analisados, a situação enfrentada pelos trabalhadores na emergência de saúde pública foi desafiadora e demonstraram que apesar das dificuldades inerentes a este contexto a política de saúde indígena - que é uma conquista do movimento social indígena -, mostrouse resiliente em todo o país.