O MAR EM DOM CASMURRO: o papel da cognição na tradução da intertextualidade
Dom Casmurro; Mar; Mesclagem Conceptual;
A presente dissertação propõe uma análise da palavra “mar” dentro do romance Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, utilizando, como base, preceitos sobre a língua como descritos pela Linguística Cognitiva (grupo teórico iniciado nos Estados Unidos, por autores atuando de maneira independente um dos outros, como George Lakoff e Charles Fillmore), e a aplicação desses conceitos dentro da literatura de acordo com a Poética Cognitiva, em especial, a perspectiva de Stockwell (2002). A análise se dá em relação ao contexto intertextual do romance, e a tradução sugerida no final da análise não é a do romance como um todo, nem de todas as menções da palavra, mas de excertos escolhidos de acordo com a sua relevância, visto que o propósito da pesquisa é averiguar o processo tradutório pelas lentes dos estudos cognitivos e apresentar vantagens em relação ao estreitamento dos dois campos (desta forma, o processo é o foco). É utilizado, para o entendimento da noção de contexto, a Teoria de Frames (FILLMORE, 1982), os conceitos de MCI e Domínio (LANGACKER, 1987), e a Teoria de Espaços Mentais (FAUCONNIER, 1994). Para a melhor análise da interação entre os dois mundos literários, no que tange a intertextualidade, é utilizada a Teoria de Mesclagem Conceptual (FAUCONNIER, 1997), visando, sobretudo, analisar o potencial teórico existente na aproximação dos estudos cognitivos e a área da tradução.