“NOUS AVONS SURVÉCU”: TRADUZINDO NO ATLÂNTICO NEGRO A PARTIR DO ROMANCE HUMUS (2006), DE FABIENNE KANOR
Fabienne Kanor. Romance: Humus. Tradução afrodiaspórica. Escrevivência.
A presente pesquisa apresentará a tradução de um capítulo extraído do romance Humus, publicado em 2006, da romancista Fabienne Kanor. Tendo em vista que a obra da autora, ainda é pouco lida e estudada nos cursos de licenciatura de língua francesa, esta dissertação se propõe através da tradução apresentar a romancista e seu romance. Partirmos da compreensão que o processo de tradução, principalmente, de textos literários negros, pensamento negros, textos ensaísticos negros por Guellwar Adún demandam mais do que uma eloquência retórica e/ou uma acuidade técnica. Solicitam uma escrevivência. Sendo assim, optamos por nos guiamos pela noção de escrevivência da escritora e ensaísta Conceição Evaristo, por se alinhar as nossas demandas e aos nossos objetivos. As reflexões de Carrascosa (2017), Édouard Glissant (2021), Paul Gilroy (2001), Souza (2018), Souza (2017), Silva-Reis; Araujo (2017), Vanessa Massoni (2020) foram fundamentais para agregar discussões a nossa tradução. Além disto, partimos de uma epistemologia e metodologia negra e lugar de enunciação negro, decolonial e antirracista para a para a tradução dessa narrativa de autoria negra. Por fim, pôde-se concluir que a partir desse procedimento e episteme, reivindica-se o lugar de enunciação de obras literárias de escritoras de literatura negra de expressão francesa e isso reverbera na escrita afro-americana.