A interpretação juramentada no Suriname: proposta de um protocolo padronizado para os intérpretes públicos.
Intérpretes juramentados; Código de Processo Penal; área jurídica; imigrantes; uniformidade; protocolo.
O objetivo deste estudo é investigar quais estratégias o intérprete juramentado no Suriname utiliza ao realizar o seu trabalho. No Suriname, o Código de Processo Penal estabelece que um intérprete juramentado deve estar presente durante o interrogatório de um estrangeiro em uma delegacia de polícia, no tribunal penal e civil, no cartório e também durante a solenidade de casamento, mas não há diretrizes ou protocolos que indicam como este profissional deve realizar o seu trabalho. Isso nos leva ao trabalho do intérprete como mediador linguístico e cultural, bem como à forma como ele acha que deve cumprir o seu papel de intérprete. Como a presença do intérprete é essencial, significa que ele é um elo importante durante o processo de comunicação com o estrangeiro em Suriname. Por isso achamos importante fazer uma análise sobre a forma como os intérpretes de língua holandesa e portuguesa realizaram seu trabalho até agora e para tanto é importante sabermos quais habilidades ele possui. No Suriname, o intérprete juramentado não atua apenas na área jurídica, mas, como seu trabalho apresenta muitas semelhanças com o do intérprete forense, o profissional que realiza o trabalho em audiências e em ambientes jurídicos, buscamos apoio na teoria da Hale (2004), mas também com outros autores como Nordin e de Almeida (2017), Lebese (2013), e Gonzalez et al. (1991). Para realizar este estudo, foi feita uma pesquisa qualitativa entre o pequeno grupo de intérpretes que trabalham no par holandês/português, a fim de descobrir quais estratégias eles usam durante a sua atuação e entre as partes que precisam fazer uso do trabalho desses profissionais. A partir desta análise, pudemos identificar que o intérprete juramentado atua de acordo com sua própria intuição e as suas próprias competências. Por fim, elaboramos um protocolo para o intérprete baseado, dentre outros, no Código de Ética utilizado pela Associação Profissional de Intérpretes de Conferência do Brasil (APIC) e no Código de Ética e Conduta do Instituto Australiano de Tradutores e Intérpretes (AUSIT). O protocolo proposto pode servir de diretriz tanto para intérpretes experientes, quanto para os novatos para que ambos os grupos possam atuar de maneira uniforme.