IMPACTO DA IMUNIZAÇÃO POR VACINA DE DNA BASEADA NA OLIGOPEPTIDASE B DE TRYPANOSOMA CRUZI NA INDUÇÃO DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL E CELULAR EM CAMUNDONGOS
Imunização; Plasmídeo; Bioluminescência; Doença de Chagas; Protease; Tripanossomíase americana.
A doença de Chagas (DC), causada pelo protozoário T. cruzi, é atualmente uma enfermidade negligenciada que afeta milhões de pessoas globalmente sendo responsável pela morbimortalidade mais significativa entre as doenças parasitárias. O tratamento para a DC é feito a partir de dois medicamentos, que além de causarem muitos efeitos adversos, não promovem a cura total da doença. Portanto, a busca por novas estratégias, sejam profiláticas ou terapêuticas, é essencial. No entanto, devido à complexidade de tratamento em fases avançadas da doença, o investimento no desenvolvimento de vacinas se torna uma prioridade para prevenção da DC. Diversas proteases têm sido estudadas como alvos para o desenvolvimento de vacinas, incluindo as proteases da família das serino proteases prolil oligopeptidase S9. A partir disso, o objetivo desse trabalho foi desenvolver uma formulação de vacina de DNA com o gene da protease Oligopeptidase B do T. cruzi (OPB), uma vez que essa protease é importante para o processo de invasão celular e representa um potencial alvo vacinal. Para isso, o gene da OPB contendo UTRs otimizadas para permitir maior expressão e estabilidade do mRNA, foi clonado no vetor pcDNA 3.1(+), plasmídeo para expressão em células de mamíferos. Como controle utilizamos os vetores pcDNA 3(+) vazio e_pcDNA 3.1(+) contendo o gene da red-shifted luciferase fusionado à proteína fluorescente NeonGreen. A OPB recombinante foi expressa em E. colie purificada para a produção de anticorpos específicos, que serviram como controle para as análises da resposta imunológica à vacinação. A eficácia da estratégia escolhida foi validada por meio da avaliação da expressão in vitro de LucNeon em células HEK293. De forma similar, validamos a expressão do antígeno controle in vivo, no local da imunização com o vetor pcDNA 3.1 (+) LucNeon, por meio de imageamento de bioluminescência e pela produção de anticorpos IgG anti-LucNeon. Após essa prova de conceito, procedemos com a imunização com o pcDNA 3.1 (+)_OPB que foi capaz de gerar anticorpos IgG específicos, induziu a proliferação de células T CD8+ e um aumento na produção de INF-γ em relação ao controle. Além disso, após o desafio de infecção com a cepa CL-Brenner Luc, foi observado que houve uma redução da infecção nos animais vacinados com pcDNA 3.1 (+)_OPB em relação ao controle. Esses resultados sugerem um efeito protetor da formulação vacinal de DNA tendo essa protease como antígeno, com indução de uma resposta imune do tipo celular e humoral necessária para o controle da infecção do parasito.