Papel da Melanina de Cryptococcus neoformans na imunomodulação de macrófagos.
Cryptococcus neoformans; melanina; autofagia; interação patógeno-hospedeiro; LAP; fagocitose
O fungo Cryptococcus neoformans é o principal agente etiológico da criptococose, afetando principalmente indivíduos imunocomprometidos. A doença tem o pulmão como sítio primário, apresentando tropismo pelo Sistema Nervoso Central onde sua principal manifestação clínica é a meningoencefalite. É um importante problema de saúde pública, que tem seu diagnóstico de forma tardia e os dados epidemiológicos subestimados. A cápsula, a melanina e a lacase são fatores de virulência marcantes, sendo um campo promissor para entendimento da patogênese e promoção de alvos terapêuticos mais adequados. A melanina de C. neoformans exerce um impacto na proteção contra a resposta imune efetora e também dificultando a ação de antifúngicos. Nosso grupo estudou os efeitos imunomodulatórios da melanina de C. neoformans na interação com macrófagos murinos por meio de ensaios de fagocitose e também detecção de Fagocitose associada a LC3 (LAP), com duas cepas fúngicas: o selvagem H99 e o mutante para lacase LAC1. Observamos que sem suplementação para melanização o selvagem era mais fagocitado que o mutante, o que mudou com a adição da suplementação para melanina. Com relação ao mutante apenas após 48 horas de suplementação verificamos efeitos na fagocitose. Quanto a detecção de LAP, sem estímulo para produção de melanina, o mutante demonstrou maior ocorrência de LAP que o selvagem. Quando adicionamos suplementação vimos que a melanização de C. neoformans não trouxe efeitos significativos sobre o selvagem e no mutante apenas após 48 horas de suplementação. Esses resultados em conjunto, sugerem que haja outros interferentes que não apenas melanina na resposta de macrófagos.