EFEITO ANTICÂNCER DO INIBIDOR DE TIROSINA QUINASE IBRUTINIBE EM MODELO IN VITRO DE MELANOMA
melanoma, ibrutinibe, BTK, câncer
O melanoma é um câncer originado dos melanócitos e é a principal causa de morte associada à doenças de pele. As principais estratégias de tratamento clínico dos melanomas consistem na ressecção local, que tende a apresentar mau prognóstico, e quimioterapia, que tem como limitação as reações adversas graves e o desenvolvimento de resistência tumoral. O Ibrutinibe, um inibidor de tirosina quinase com amplo espectro de atuação, tem sido explorado com sucesso para tratar tanto cânceres hematológicos como sólidos, mas seu efeito no melanoma ainda é desconhecido. Desta forma, investigamos o potencial anticâncer do Ibrutinibe no melanoma, usando as linhagens Mewo e A375. Para isso, iniciamos com o ensaio de viabilidade MTT onde mostramos que o Ibrutinibe é tóxico para as duas linhagens de melanoma e encontramos o valor da dose IC50 para cada uma. Além disso, o ensaio com CFSE indicou que o Ibrutinibe também inibe a proliferação dessas linhagens. Os ensaios relacionados à morte celular, Anexina V e PI, atividade das Caspases 3/7 e liberação de LDH, revelaram que o Ibrutinibe leva à apoptose. O potencial de membrana mitocondrial se mostrou diminuído nos grupos tratados com Ibrutinibe na linhagem Mewo. Na análise de expressão gênica encontramos genes pro apoptóticos hiper expressos como ATM, HRK, BAX, BAK, CASP 3 e CASP 8, e também um aumento na expressão de genes de pluripotência no grupo tratado. Uma análise in silico realizada seguindo a expressão de genes alvos do ibrutinibe identificou a expressão desregulada de genes pro e anti apoptóticos, além da identificação de vias de apoptose e necrose enriquecidas. A análise de prognóstico mostrou a relação da alta ou baixa expressão dos genes alvos com a mortalidade dos pacientes. Os resultados obtidos neste estudo poderão servir de base para o desenvolvimento de novas terapias para melanomas difíceis de serem tratados com alta taxa de mortalidade.