Estudo proteômico das proteínas de Plasmodium falciparum exportadas até a membrana plasmática das hemácias infectadas.
Malária, Plasmodium falciparum, proteômica, exportoma, proteínas da superfície, biotina, biotinilação mediada por APEX2.
A malária, ou paludismo, é uma doença tropical infecciosa causada pelo protozoário Plasmodium, transmitido por mosquitos. Essa doença é uma fonte significativa de morbidade e mortalidade mundialmente, com especial relevância nas regiões tropicais. O presente estudo se dedica à análise das proteínas da membrana plasmática de eritrócitos infectados pelo Plasmodium falciparum, responsável pela forma mais grave da malária. As proteínas da membrana estão envolvidas em processos vitais como a comunicação do parasita com o exterior, regulação do transporte através da bicamada lipídica e modulação imunológica. Adotando a técnica de biotinilação, este trabalho visa marcar e enriquecer as proteínas da membrana eritrocitária infectada para análise detalhada via espectrometria de massas. O processo inclui o cultivo in vitro da cepa 3D7 de Plasmodium em eritrócitos humanos, sincronizados com sorbitol. Posteriormente, formas maduras do ciclo eritrocitário, como trofozoítos e esquizontes, são isoladas por gradiente de Percoll®. A biotinilação das proteínas é realizada, seguida pela lise da membrana dos eritrócitos infectados usando biotina-fenol com APEX2, Sulfo-NHS-LCBiotina, Maleimida-PEG2-Biotina e Estreptolisina O. A preparação das amostras para análise proteômica envolve redução, alquilação, digestão com tripsina, dessalinização de peptídeos, e enriquecimento dos peptídeos biotinilados, culminando na análise por espectrometria de massas. Esta abordagem oferece uma caracterização detalhada das proteínas envolvidas, aumentando significativamente o entendimento da biologia molecular do Plasmodium. Os resultados deste estudo têm o potencial de influenciar o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e fornecer uma base para futuras pesquisas na área da proteômica do Plasmodium.