Banca de DEFESA: ANDREZA VIVEIROS BARBOSA VIANA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANDREZA VIVEIROS BARBOSA VIANA
DATA : 21/02/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório 1 do Instituto de Biologia
TÍTULO:

Da saúde à doença: caracterização de bactérias intestinais de Dione juno (Lepidoptera: Nymphalidae) (Cramer, 1779), praga do maracujazeiro


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras chaves em português: microbiota intestinal, baculovírus, controle biológico, resistência antimicrobiana


PÁGINAS: 89
RESUMO:

A borboleta Dione juno (Lepidoptera: Nymphalidae) é uma praga voraz do maracujazeiro (Passiflora spp.), que pode comprometer a produtividade agrícola devido ao desfolhamento intenso causado por suas lagartas, caso não controlada. O controle químico, via ingestão de inseticidas, é a principal estratégia adotada, apesar dos impactos ambientais e da crescente resistência dos insetos a esse método. A microbiota intestinal dos lepidópteros pode modular a suscetibilidade da praga a métodos de controle químico e biológico, incluindo baculovírus, o que abre novas perspectivas para o manejo integrado. Neste estudo, caracterizou-se a microbiota intestinal de D. juno por meio de análises metagenômicas, microbiológicas, moleculares, fisiológicas e bioquímicas, comparando indivíduos saudáveis e infectados pelo baculovírus Dione juno nucleopoliedrovirus (DijuNPV). Lagartas foram coletadas em Passiflora spp. em uma área antropizada no Distrito Federal. A diversidade microbiana foi avaliada por sequenciamento de alto desempenho (HTS), seguido do isolamento e identificação taxonômica de bactérias cultiváveis por sequenciamento do gene 16S rRNA. Além disso, foram analisados o crescimento bacteriano, a formação de biofilme e a resistência a antibióticos. A microbiota intestinal de D. juno foi composta predominantemente por Enterobacterales, Bacillales e Lactobacillales, sendo Serratia marcescens mais abundante em lagartas saudáveis. O perfil microbiano das bactérias intestinais diferiu daquelas eliminadas nas fezes. Além disso, a composição da microbiota variou entre indivíduos saudáveis e infectados, com Providencia rettgeri e Pseudomonas putida sendo mais prevalentes nestes últimos. A quantificação das unidades formadoras de colônia (UFC) indicou maior abundância bacteriana em lagartas infectadas, refletindo a alteração na homeostase microbiana induzida pelo vírus. Foram identificadas 14 espécies bacterianas cultiváveis provenientes de lagartas saudáveis e infectadas, todas capazes de crescer em pH 9, compatível com o ambiente alcalino do intestino. A caracterização dos isolados revelou variações no crescimento, na formação de biofilme e na resistência a antibióticos. Enterococcus casseliflavus e E. gallinarum foram resistentes à tetraciclina (TET) e rifampicina (RIF), enquanto Staphylococcus saprophyticus foi resistente à azitromicina (AZI) e S. sciuri mostrou-se sensível a todos os antibióticos testados. S. marcescens exibiu o perfil de resistência mais amplo, incluindo TET, amoxicilina + ácido clavulânico (AMC), ampicilina (AMP) e cefazolina (CFZ). Os achados reforçam a importância da interação entre microbiota intestinal, patógenos naturais e o hospedeiro, destacando a necessidade de investigações adicionais sobre a modulação microbiana como estratégia para otimizar o controle biológico de D. juno. Além disso, o contato das pragas com alimentos apresenta um risco significativo, uma vez que esses insetos podem carregar bactérias naturalmente resistentes, representando um potencial meio de disseminação, uma preocupação pouco explorada nas pesquisas.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1316471 - DANIEL MENDES PEREIRA ARDISSON DE ARAUJO
Externa ao Programa - 1775446 - TATIANA AMABILE DE CAMPOS - UnBExterno à Instituição - DANIEL RICARDO SOSA-GOMEZ - EMBRAPA
Externo à Instituição - RAUL ALBERTO LAUMANN - EMBRAPA
Notícia cadastrada em: 19/02/2025 13:00
SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - app40.sigaa40