Desafios do uso da Libras no contexto da Educação de Surdos no Ensino Superior
História da educação de Surdos. Libras. Decolonialidade. Teoria HistóricoCultural. Direito Linguístico
Esta pesquisa envolve refletir sobre a marginalização linguística que afetam o desenvolvimento humano, psíquico e social dos educandos surdos no Brasil. Parte do descontentamento do uso da Libras como uma adaptabilidade ao invés de ser considerada uma língua genuína de primeira instrução para acessibilidade da comunidade surda. Busca questionar o poder linguístico colonial que é submetido a língua de sinais no sistema educativo de ensino superior brasileiro, onde a Libras, ainda é marginalizada. Reivindica-se um novo olhar sob uma perspectiva decolonial da Libras como forma de acesso aos direitos humanos e linguístico da pessoa surda. Com intuito de contribuir para futuras políticas públicas do ensino superior, esta pesquisa tem base qualitativa e busca investigar, a partir de reflexões e narrativas durante entrevista semiestruturadas com dois educandos surdos e dois coordenadores de programa de graduação, práticas educativas que contribuam para o desenvolvimento de uma educação para surdos de qualidade. Para tal jornada de pesquisa, convidamos sujeitos para dialogarem sobre as formas de opressão e colonização linguística que vivem o povo surdo. Nesse sentido, propomos esta pesquisa-intervenção de base qualitativa, que privilegiará o diálogo para nova ações do desenvolvimento linguístico da língua de sinais para um desenvolvimento humano integral. Como aporte teórico- epistemológico, que nos auxiliem a pensar, intervir e construir contribuições para educação de surdos anticapacitista à nivel superior, o qual respalde o valor honorífico e premente do direito linguístico da Libras em todas licenciaturas, propomos um diálogo entre os estudos freirianos e os estudos decoloniais de perspectiva libertadoras com intercessão dos estudos vigotskianos. A pedagogia freiriana nos ilumina a construir práxis dialógicas crítico-educativas que contribuem para a reflexão sobre o direito a educação para toda comunidade surda, como um projeto de libertação e amorosidade vinculados para o fomento da autonomia. Nesse ínterim, os estudos decoloniais nos forjam a questionar novas práticas que vislumbrem o direito linguístico, no tocante, o uso da Libras em todas as graduações de licenciaturas, como uma ação decolonial e descolonizadora do uso de sua própria língua materna. Sendo como parte do processo contingente já garantido por normativas que reconhecem o status linguístico da Libras, contudo, que ainda não é uma realidade no contexto educacional do atual ensino superior brasileiro. A teoria Histórica- Cultural vigotskiana, através de suas contribuições sobre educação de surdos e educação social, fortalece nossa base teórica para analisar o desenvolvimento humano mediado pelas interações intra e interpsíquicas dos sujeitos surdos da pesquisa, que são constituídos e se constituem nas e pelas relações, dentro da sociedade, por via dos contextos históricos, sociais, culturais e simbólicos. Esta pesquisa tem um propósito ético-social de se comprometer em combater a naturalização do sofrimento, destes educandos surdos, mediante aos descasos a qual a sua educação vem sendo marginalizada pelas ações humanas ao longo de sua história colonizadora.