ENTRE FIORDES E IGARAPÉS: AGÊNCIA INDÍGENA E A COOPERAÇÃO SOCIOAMBIENTAL NORUEGUESA NO RIO NEGRO
Cooperação internacional; Populações Indígenas e Comunidades Locais; Amazônia; Noruega; Decolonialidade
A presente dissertação busca analisar a atuação dos povos indígenas do Alto Rio Negro como participantes diretos em projetos de cooperação socioambiental. Para tanto, utiliza como estudo de caso o lançamento, em 2020, do Fundo Indígena do Rio Negro, iniciativa tripartite que envolve a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), o Instituto Socioambiental (ISA) e a Embaixada da Noruega em Brasília. Por meio do Fundo, recursos oriundos das linhas de financiamento de cooperação internacional da Noruega são transferidos a associações de base comunitária na bacia do Rio Negro, com gestão dos próprios indígenas por meio da FOIRN. Trata-se de iniciativa pioneira na área dos fundos indígenas no Brasil e é ilustrativa de dois fenômenos de relevo para o estudo das Relações Internacionais (RI) no Brasil: (i) a cooperação internacional em rede, paralela à cooperação bilateral tradicional; e (ii) a emergência dos povos indígenas como atores diretos na cooperação internacional.