A RESPOSTA ESTADUNIDENSE AO 11 DE SETEMBRO: A GUERRA AO TERROR E A IMPOSIÇÃO DE REGIME DEMOCRÁTICO NO AFEGANISTÃO
Política Externa Americana; Guerra ao Terror; Process Tracing; Afeganistão; Imposição Forçada de Mudança de Regime Democrático.
O presente trabalho busca entender, por meio de process tracing, a resposta americana aos ataques do 11 de setembro, bem como o processo de formulação da Guerra Global ao Terror, a Guerra do Afeganistão e o fracasso na implementação de um regime democrático estável no país. Argumenta-se que, com os desdobramentos geopolíticos do fim da Guerra Fria, os Estados Unidos reformularam sua política externa de modo apartado dos princípios realistas. A nova política externa foi caracterizada por uma agenda de expansão do número de intervenções ao redor do mundo, principalmente no Oriente Médio. Isso foi efetuado não por uma necessidade estratégica baseada no Interesse Nacional, mas pela pressão do Complexo- Industrial-Militar materializada na figura dos neoconservadores. Estes, por sua vez, hegemonizaram a agenda externa e o discurso acerca do novo inimigo - o terrorismo islâmico. Como resultado, houve o favorecimento do uso da força para resolver a questão do terrorismo, cuja solução poderia ter tomado outro caminho, um baseado na diplomacia e no balanço de poder. Essa dinâmica vai caracterizar todo o período unipolar, sendo bastante evidente durante os 20 anos de intervenção sobre o Afeganistão. Não apenas isso, mas também, evidencia que essa política prejudicou o processo apropriado para a criação dos objetivos estratégicos acerca da guerra, como também os objetivos na reconstrução do Afeganistão. Essas contradições levaram ao agravamento do fenômeno do terrorismo e permitiram o retorno do Talibã.