Banca de QUALIFICAÇÃO: Victor Gomes de Paula

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Victor Gomes de Paula
DATA : 04/12/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

"VARIABILIDADE ALÉLICA DE fim3 e ptx EM LINHAGENS DE Bordetella pertussis ISOLADAS NO DISTRITO FEDERAL E REGIÃO DURANTE 2012 – 2018."


PALAVRAS-CHAVES:

Bordetella pertussis; coqueluche; ptxP; fim3; vacina; epidemia; tipagem molecular


PÁGINAS: 107
RESUMO:

A coqueluche é uma doença infecciosa do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. Anteriormente à criação da vacina e sua introdução em 1950, a coqueluche era a principal causa de morte de crianças no mundo. Entretanto, mesmo com os números de casos reduzidos eficientemente com a vacinação, epidemias de coqueluche ainda ocorrem no mundo, sendo considerada a doença imunoprevenível de maior prevalência em países desenvolvidos. No Brasil, a cobertura vacinal chegou a quase 100% em 1998, o que reduziu a ocorrência da doença drasticamente, mas em 2014 houve um surto no Distrito Federal, com 301 casos confirmados e notificados. A seleção de linhagens de B. pertussis com epítopos diferentes das cepas vacinais celular ou acelular é uma das hipóteses propostas para explicar o surgimento de casos novos de coqueluche. Diante desse quadro é importante identificar o perfil genético e fenotípico dos isolados circulantes. No entanto, ainda são escassos estudos para caracterizar os isolados de B. pertussis reemergentes pós– vacinação no Brasil. Entre os fatores de virulência bacterianos, as fímbrias e a toxina pertussis (PT) são consideradas primordiais para a patogênese da doença. As fímbrias são proteínas de superfície que ajudam na adesão da bactéria ao tecido e supressão da resposta imune inicial desempenhada pela vacina. O gene que coordena a expressão das fímbrias é o fim3, sendo este bastante suscetível a rearranjos e polimorfismos. A PT atua principalmente desregulando a resposta imune do hospedeiro. O promotor ptxP é responsável pela expressão do gene ptx, codificador da toxina PT. O objetivo deste trabalho foi identificar o perfil genotípico das linhagens de B. pertussis circulantes no Distrito Federal e entorno, entre 2012 e 2018 em relação aos genes fim3 e ptx por tipagem molecular. Foi encontrada uma maior frequência do alelo de pouca distribuição mundial fim3-24, sendo este diferente da cepa vacinal, o alelo fim3-1. Além disso, foi identificada uma mudança de padrão alélico fimbrial durante o período de 2012 a 2014, sendo o fim3-24 o predominante a partir de 2014, época essa de grande surto de coqueluche no DF. Todas as linhagens apresentaram o alelo do tipo ptxP3 e desse modo, diferiram da vacinal, que possui alelo ptxP2. A presença de ptxP3 pode ter contribuído para o sucesso na colonização do hospedeiro pelos patógenos analisados, pois linhagens portadoras deste alelo apresentam maior virulência. Os dados indicaram também que o surto em 2014 no DF pode ter ocorrido com influência de ptxP3 visto que grande parte das mesmas amostras apresentaram seleção de alelos diferentes do vacinal também para o gene fim3. Logo, os dois genes podem ter contribuído no sucesso na circulação das bactérias na população do Distrito Federal. Em sua totalidade, os resultados sugerem a ocorrência de seleção de linhagens com perfil genético distinto da linhagem utilizada na vacina para a imunização de coqueluche no Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1065897 - ANA FLAVIA ALVES PARENTE
Externa à Instituição - BRUNA FUGA ARAUJO - UFS
Externo à Instituição - GERSON NAKAZATO - UEL
Presidente - 1775446 - TATIANA AMABILE DE CAMPOS
Notícia cadastrada em: 04/12/2023 12:11
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