" Caracterização nanoestrutural de vestígios de solos visando à produção de provas materiais forenses ".
Nanotecnologia, Solos forenses, Fração argila, Difração de raios X, Radiação Síncrotron, Potencial Zeta, Quimiometria.
O solo é uma mistura de matéria orgânica e inorgânica cujos componentes, entre eles a argila, contêm características individualizadoras especificas. No contexto forense, os vestígios do solo são importantes evidências, uma vez que frequentemente se aderem a indivíduos e objetos associados com ações criminosas. A partir da análise dos referidos vestígios é possível relacionar um suspeito a um local de crime ou descartar tal relação. No presente estudo, foi levantada a hipótese de que amostras de solo coletadas de locais diferentes podem ser diferenciadas entre si a partir da análise da sua fração de argila isoladamente. Para testar a hipótese apresentada, 16 (dezesseis) amostras de Latossolo e 16 (dezesseis) amostras de Cambissolo foram coletadas da camada superficial (profundidade entre 0 e 10 cm), em transectos de áreas com mesmas geologia e geomorfologia. No caso do Latossolo, foram realizadas coletas distantes 2 m, 10 m, 100 m e 1.000 m entre si, totalizando uma distância total de 4.446 m e, no caso do Cambissolo, as amostras foram coletadas a cada 2 m, 10 m, 100 m e 300 m de distância entre si, totalizando 1.646 m. Frações de argila foram extraídas de amostras de solo e analisadas quanto à cristalografia por difração de raios X (Síncontron) e quanto ao potencial Zeta. O conjunto de dados foi submetido à análise multivariada e os resultados foram eficazes para distinguir as amostras dos dois tipos de solo. Quando as amostras de mesmo solo foram analisadas entre si, os resultados variaram de acordo com a técnica utilizada. A análise forense de amostras de solo se apresenta, portanto, como um campo promissor, uma vez que a porção argila presente nas referidas amostras pode ser útil mesmo quando utilizadas técnicas analíticas de rotina.