Magnetohipertermia mediada por nanopartículas magnéticas como possível indutor de infertilidade em gatos machos
Nanotecnologia, testículos, castração, túbulos seminíferos.
Este estudo tem como objetivo avaliar a magneto-hipertermia (MHT) mediada por nanopartículas magnéticas como possível indutor de infertilidade em gatos. Foram utilizados 20 gatos divididos em duas fases que avaliaram os efeitos a curto prazo – Fase 1 (N= 11) e a longo prazo – Fase 2 (N=9). O tratamento consistiu na injeção intratesticular de 150µL de fluido magnético composto de ferritina de manganês recoberta com citrato combinado com a MHT até os testículos atingirem a temperatura de 45°C e manutenção por 15 minutos. Os animais passaram por orquiectomia em momentos diferentes pósMHT - Etapa 1: (Grupo D7, N=3; Grupo D24, N=4; Grupo D47, N=4; - Etapa 2: (Grupo D90, N=2), (Grupo D145, N=3) e (Grupo D180, N=4). Foram avaliados parâmetros clínicos, hematológicos e ultrassonográficos em diferentes intervalos pré e pós procedimento para avaliação da saúde e bem-estar dos animais. A MHT foi segura, bem tolerada e não houve aumento significativo da temperatura testicular, sinais clínicos significativos de dor ou comprometimento sistêmico. Notou-se que dos testículos avaliados pós-procedimento, 57,5% se apresentaram mais firmes nas primeiras 24 horas, 65% tiveram aumento da sensibilidade nas primeiras 2 horas e 85% apresentaram eritema da bolsa escrotal nas primeiras 4 horas, e a partir da avaliação de 7 dias, essas alterações não foram mais encontradas. Observou-se diferença estatística no peso absoluto testicular no D180 quando comparado ao grupo controle. O volume testicular teve um aumento significativo no 7° dia devido a inflamação peritesticular com diminuição significativa no 180º dia e observou-se azoospermia em 80% dos animais. Histologicamente foi possível identificar lesões importantes na arquitetura dos túbulos seminíferos e epidídimos dos animais tratados em ambas as fases dependendo do processo inflamatório e da presença, quantidade e proximidade com o material sugestivo de nanopartículas. A presença de nanopartículas foi associada a danos celulares, principalmente nas regiões de maior acúmulo, resultando em necrose e destruição parcial dos testículos. Os resultados indicam o potencial de métodos nanotecnológicos como alternativas não cirúrgicas na esterilização de gatos machos.