ANCESTRALIDADE, ENCANTARIA E RESISTÊNCIA NAS COMUNIDADES DE BELO MONTE DE VITÓRIA DO XINGU E BELO MONTE DO PONTAL NA VOLTA GRANDE DO XINGU
Volta Grande do Xingu. Ancestralidade. Encantados. Resistência. Sonhos.
Este trabalho apresenta e contextualiza experiências de ancestralidade, de encantaria e de resistência nas comunidades de Belo Monte de Vitória do Xingu (BMVX) e Belo Monte do Pontal (BMP), situadas na Volta Grande do Xingu: “Amazônia Sudoeste”, no estado do Pará. As pessoas dessas comunidades tiveram suas vidas marcadas e transformadas negativamente após a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHBM). O objetivo geral do estudo é mapear, registrar e analisar os vínculos entre ancestralidade, encantaria e resistência nas práticas cotidianas e nos processos de organização e luta pela vida nas comunidades de BMVX e BMP afetadas bruscamente pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Para tanto, o trabalho apresenta narrativas de povos tradicionais dessas duas comunidades sobre o encontro com as entidades encantadas durante atividades pesqueiras, em sonhos, nas transformações metafísicas e através dos corpos de animais, ventos e águas. Desse modo, os povos tradicionais revisitaram suas memórias e seus sonhos com os encantados – que mantêm o equilíbrio da natureza – com base em uma cosmologia mística e ancestral, buscando diálogo com esses seres como forma de sobreviver e resistir às investidas mercadológicas na região da Volta Grande do Xingu.