Sabendo usar não vai faltar: a prática dos coletores de sementes da Comunidade Vão do Moleque- Kalunga/ GO
Território. Sementes. Coleta. Mulheres. Impactos.
A Comunidade Quilombola Kalunga Vão do Moleque tem mais de 300 anos de lutas, resistência e tradições. Sua população vive basicamente da agricultura familiar, caça e pesca e do extrativismo vegetal. No entanto, nestes últimos anos os moradores descobriram um novo meio de aumentar a renda familiar através da coleta e venda de sementes das plantas nativa do cerrado para além do que já coletavam para a subsistência interna. A coleta geralmente é feita por famílias, mas é a mulher a grande responsável pelo desenvolvimento desse trabalho. As coletoras colhem as sementes e vendem para obter lucro e garantir o sustento das necessidades básicas. Este processo de coleta e purificação das sementes para que não percam a sua funcionalidade de germinação torna o trabalho produtivo e agrega valor simbólico e monetário. A Associação Cerrado de Pé (sediada em Alto Paraiso de Goiás/GO) é a grande parceira da comunidade neste processo. Ela quem compra as sementes das coletoras desta comunidade. Assim, o objetivo aqui se constituiu em saber quais impactos a prática com a coleta de sementes traz para a comunidade Vão do Moleque e para aquele espaço ambiental. A metodologia utilizada teve como pressuposto teórico o trabalho qualitativo, servindo-nos da pesquisa de campo e de roda de conversa com as coletoras de sementes. Ademais, buscamos nesta pesquisa apontar as potencialidades e as fragilidades do Território Kalunga por meio da coleta de sementes apresentando a diversidade existente que tão sendo coletadas bem como as espécies ainda que são invisíveis dentro desta prática de beneficiamento.